16/11/2005
SP: arroba do boi gordo volta a R$ 60

A arroba do boi gordo voltou a R$ 60 no estado de São Paulo na semana passada, o mesmo valor praticado há um mês, quando foi anunciado o ressurgimento da febre aftosa em Mato Grosso do Sul. Após o anúncio da doença e os embargos de 49 países, os preços da arroba recuaram para R$ 54 na região noroeste de São Paulo, segundo o Instituto FNP.


O ritmo de alta imposto à carne nos últimos dias nada mais é do que uma recuperação dos preços que já vinha sendo registrada antes da ocorrência da doença, segundo José Vicente Ferraz, do FNP. Para ele, se não fosse a ocorrência da aftosa, a arroba do boi gordo já estaria acima de R$ 70.



Ferraz disse que os preços voltarão a subir nesta semana em São Paulo. E essa alta não ocorre apenas no mercado paulista, que é dependente de boi de Mato Grosso do Sul. No próprio Mato Grosso do Sul, onde ocorreram os focos de aftosa, "os preços saíram de R$ 50 e já se fala em R$ 55 por arroba", destacou Ferraz.



Para o analista, esses preços refletem a falta de gado no mercado, devido ao aumento dos abates nos últimos anos, que se devem não só à maior demanda externa como aos baixos preços pagos aos produtores.



Os pecuaristas brasileiros aumentaram os abates de fêmeas, o que provocará demora na recomposição do rebanho nos próximos anos.



A alta dos preços vai incentivar os pecuaristas a novos investimentos. Esses investimentos se dão com a retenção de animais, necessários para a recomposição do rebanho. Com isso, o mercado viverá um período de alta.



Para Ferraz, a alta atual dos preços é apenas uma recomposição do valor da arroba, que recuou, há algumas semanas, para os menores níveis dos últimos 35 anos. Em novembro de 2002, a arroba do boi estava a R$ 60 no mercado paulista, conforme preços do FNP. Corrigido pelo índice de inflação do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), da Fundação Getúlio Vargas, esse valor corresponde a R$ 77 atualmente.



Nos cálculos de Ferraz, a alta dos preços é motivada também pelos aumentos dos custos de produção. Os confinamentos mais produtivos já têm custos de pelo menos R$ 62 por arroba.


Fonte: Folha de S.Paulo (por Mauro Zafalon), adaptado por Equipe BeefPoint

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