10/7/2006
Paraná: perdas na uva chegaram a 30% em Marialva


“O míldio atacou um grande número de parreiras em decorrência a longos períodos chuvosos no início da safra”, disse Silvia Capelari, engenheira agrônoma da Emater de Marialva.

Silvia afirma que em áreas mais baixas as perdas de produtividade foram mais acentuadas. Chuvas superiores a 10mm durante um ou dois dias e temperatura superior a 12°C são favoráveis ao aparecimento do míldio.

A área de parreiras no município é de 1.380 hectares. A produção na safrinha foi de 18 mil toneladas de uva fina de mesa das variedades Itália, Rubi, Benitaka e Brasil.

No município há cerca de 750 produtores de uva. Grande parte é de pequenos viticultores. A uva produzida em Marialva é vendida principalmente para entrepostos de São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR).

Conforme dados da Secretaria de Agricultura de Marialva, a viticultura movimenta anualmente na cidade cerca de R$ 70 milhões. A uva representa cerca de 50% da atividade agroindustrial. Aproximadamente 1,1 mil famílias estão envolvidas com o cultivo da uva que gera 5,5 mil empregos diretos e 2 mil diretos. A viticultura está entre as atividades que mais geram postos de trabalhos no município.

A safra 2006/07 na região já começou com a poda das parreiras. Em Marialva, os produtores fazem duas colheitas no ano. A primeira é de novembro a fevereiro e a segunda de abril até a primeira quinzena de julho.

‘Clara’ é opção para produtor

A Emater de Marialva deve concluir um levantamento esta semana para obter os resultados da safra 2006 da uva sem semente. Técnicos ainda fazem correções no trato cultural da uva sem semente, de fatores como espaçamento entre plantas e poda. Os viticultores ainda vêm aprendendo a trabalhar com o produto.

Laércio Pavan é um dos viticultores que apostaram na nova qualidade. A produção da safrinha é considerada satisfatória pelo produtor. “O mais compensador é que o produto tem pouca oferta no mercado e por isso possui preço bom”, disse.

A uva sem semente é de 50 a 100% mais cara que a tradicional. A experiência em Marilava é com três qualidades, a clara, linda e morena. “O morena, por exemplo, já mostrou que não se adapta à região por ser muito sensível às mudanças de temperatura”, diz Pavan.

Pelos bons resultados, o viticultor espera aumentar a produção de uva sem semente. Ele pretende saltar dos atuais 100 para 200 pés de uva clara que cultiva com variedades de uva com semente.

Encontro vai reunir 300 viticultores

O 19º Encontro de Viticultores de Marialva, no dia 13 de julho (quinta-feira) espera reunir 300 pessoas. Um dos assuntos que serão abordados no evento é a quebra da safra 2006 em decorrência à grande incidência de fungo (míldio) nas parreiras.

Os promotores do evento também darão ênfase este ano a sistemas de produção, previdência social rural e a apresentação de ensaios feitos por especialistas.

As palestras do encontro são “Estudos do Sistema Radicular da Videira e Recomendação para Plantio”, com a professora doutora Carmem Silvia Vieira Janeiro Neves, da UEL; “Resultados de Ensaios”, pela empresa Basf; “Pulverização Mecanizada”, com o professor-doutor Otávio Jorge Grigoli Abi Saab, da UEL; “Legislação Previdenciária do Meio Rural”, com Osvagno Aparecido Boaventura da Silva Sá, gerente executivo do INSS de Maringá; “Resultados de Ensaios, pela empresa Dow Agrosciences; “Comportamento do Clima e Controle de Míldio nas Últimas Safras, do professor-doutor Dauri José Tessmann, da UEM, e do engenheiro agrônomo da Anpef, Werner Genta.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no dia do evento. O encontro é organizado pela Emater, Seab e Prefeitura de Marialva. (fonte: Diário de Maringá)


Fonte: Clube do Fazendeiro

Voltar