10/7/2006
São Paulo: safra de milho pode ter quebra de 50%

Entidades como o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná e o Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (IMEA) preparam para quinta-feira a divulgação de novas estimativas para a "safrinha", com perdas entre 20% e até 50% na colheita, bem acima das registradas anteriormente.

"O relatório que será divulgado esta semana pode trazer perdas de até 20% no estado", confirmou o engenheiro agrônomo do Deral, Otmar Hubner.

As primeiras impressões, colhidas pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), mostram perdas de até 40%.

"As chuvas do fim de semana podem salvar parte da segunda fase da plantação, que ocorreu entre março e abril. Mas quem plantou em fevereiro já tem a espiga mal formada", disse o engenheiro agrônomo e economista do Ocepar , Robson Mafioletti.

Segundo e economista, as novas estimativas devem trazer perdas entre 30% e 40% para quem plantou antes e de até 20% para quem o fez depois. "Na média ficaremos com perdas de 20%", disse.

São Paulo poderá ter as maiores perdas do País. Segundo levantamento da Agroconsult, que deverá divulgar estimativas também nos próximos dias, já há perdas de até 50% em algumas lavouras.

"A chuva do fim de semana que ocorreu no Sul ainda não chegou ao estado de São Paulo. Mesmo que chegue agora, ajudará pouco pois as lavouras já estão em fase de maturação", segundo afirmou o analista de mercado da Agroconsult André Debastiani.

A consultoria estima em 8,6 milhões de toneladas a produção da safrinha, bem abaixo dos 9,7 milhões da última estimativa da Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab). Esta instituição também deve apresentar novas estimativas nos próximos dias.

Segundo Debastiani, houve muito pouco investimento em tecnologia de fertilizantes e em sementes. "Já prevíamos uma safra muito frágil. A falta de chuvas desencadeou o que já esperávamos", disse.

A economista do IMEA, Rosemeire Cristina dos Santos, prefere ainda não divulgar sua análise sobre o assunto, já que seu relatório também fica pronto no final desta semana.

Hoje, o consumo total de milho no Pais é de 41 milhões de toneladas para o mercado doméstico e 1,5 milhão de toneladas para as exportações.

Apesar da perda na colheita na colheita da "safrinha", os preços do milho só devem reagir no fim do ano. O motivo são os estoques, principalmente do governo. "O preço, apesar de abaixo do mínimo, está reagindo lentamente", disse Robson Mafioletti, do Ocepar.

O grão foi negociado a R$ 12,80 a saca no Paraná, "sendo que em abril foi o fundo do poço, com R$ 10 a saca", disse. (fonte: Gazeta Mercantil)


Fonte: Clube do Fazendeiro

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