5/7/2006
RS: produtores de pêssego se preparam à nova safra

Entre os indicativos, está a falta de estoques nas indústrias locais, que precisaram importar conservas prontas da Argentina para atender o mercado e manter sua marca na prateleira, conta Finardi. Por isso, ele julga fundamental que os empresários se manifestem o quanto antes junto ao produtor sobre os volumes que pretendem produzir, para que o atendimento à indústria seja priorizado.

A safra anterior, por causa de problemas climáticos, foi muito reduzida e em toda a região foi colhido em torno de 20 mil toneladas da fruta. A expectativa, para esta safra, é direcionar, no mínimo 30% da produção ao consumo in natura. Na safra anterior, em torno de cinco mil toneladas foram destinadas para este fim. Finardi acredita que esta deve ser uma safra normal.

Uma melhor projeção pode ser feita a partir do mês de agosto, quando os produtores procedem o raleio, ou seja, a retirada do excesso de gemas das árvores. Os produtores torcem por condições climáticas favoráveis à fruta neste ano, com temperaturas médias inferiores a 15 graus, no mês de julho, para que a flor possa se transformar em fruto e superiores a 20 graus nos meses de agosto e setembro, quando o fruto se desenvolve. "Vamos torcer para que não ocorram geadas tardias que provocam grandes perdas".

Investimentso

Finardi destaca que neste ano houve plantio reduzido de pomares novos, principalmente para a fruta tipo indústria. Alguns produtores investiram nas frutas de mesa, especialmente as variedades precoces, que despertam grande interesse e bom preço. Entre as variedades de mesa, ele destaca alguns investimentos na tropic e beauty, que produzem frutas no cedo, possuem coloração avermelhada, boa aparência de fruto e pouca exigência de frio.

Indústria

Para os industriais ainda é cedo para realizar projeções a respeito da safra. O secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel), Cláudio Almeida, informa que deve ser marcada reunião com os produtores, nos próximos dias, para discutir questões relacionadas à nova safra.

Expectativa

O ex-presidente do Comitê de Fruticultura da Metade Sul, Afonso Hamm, prevê uma safra boa para este ano, com a absorção pela indústria de toda a produção regional. Ele destaca que a importação se faz necessária quando não há produto no mercado e é importante para o consumidor não trocar o hábito de consumo.

Segundo ele, no último ano, a industrialização local não chegou a 20 milhões de latas, quando normalmente é de 50 milhões de unidades, devido à grande quebra ocorrida por causa do clima. "Estas importações, apesar de serem em volume pequeno mantém a indústria funcionando e a marca na prateleira, pois não é tão difícil abrir quanto manter o mercado". Ele destaca ainda, que neste ano, a intenção é direcionar 30% da safra ao consumo in natura, como forma de agregar valor ao produto e obter média mais alta de comercialização.

Além disso, se a indústria aderir à produção de sucos e polpas, programa apresentado recentemente aos industriais pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a demanda pela fruta pode ser significativa, o que deve incrementar a indústria em até 30% até 2008. (fonte: Diário Popular RS)




Fonte: Olhar Direto

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