9/6/2006
Workshop internacional discutet ecnologias para o semi-árido


O workshop conta com o apoio do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), sediado na Argentina, e é financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

O encontro promoverá o intercâmbio de tecnologias e experiências no manejo de pastagens nativas para a produção de pequenos ruminantes (caprinos e ovinos) desenvolvidas por instituições do Brasil, México, Venezuela e Argentina. Também haverá discussão de metodologias e de linhas de pesquisa que facilitem a integração tecnológica nos países da América Latina.

A produção tradicional de cabras e ovelhas no semi-árido do Brasil depende, basicamente, da pastagem nativa, que apresenta baixo desempenho por conta do manejo inadequado da vegetação. Conforme a pesquisadora da Embrapa Caprinos Ana Clara Cavalcante, o uso sustentável da vegetação nativa para a criação de caprinos e ovinos tem sido amplamente estudado na América Latina. No entanto, muitas experiências adotadas em alguns países são desconhecidas por outros, sendo muito importante o intercâmbio dos conhecimentos.

O workshop faz parte das atividades de projeto internacional coordenado pelo Icarda com o apoio de instituições de pesquisa do Brasil, México e Venezuela. O projeto, que busca agregar valor a produtos da ovinocaprinocultura em comunidades de regiões semi-áridas da América Latina, é orçado em US$ 1 milhão e tem financiamento do Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida) com sede em Roma, na Itália. No Brasil, a coordenação dos trabalhos é feita pela Embrapa Caprinos (Sobral –CE), com o apoio da Embrapa Semi-Árido (Petrolina PE) e Projeto Dom Hélder Câmara.

Experimentos com manejo de pastagens, manejo do rebanho e produção de derivados de carne e leite de caprinos e ovinos são testados no Brasil, paralelamente em assentamentos do Ceará e Pernambuco. No Ceará, as atividades são desenvolvidas na comunidade de Boa Vista, em Quixadá. No México e Venezuela, trabalhos semelhantes são desenvolvidos respectivamente pelo Instituto Nacional de Investigação Florestal, Agrícola e Pecuária (Inifap) e pelo Instituto Nacional de Investigação Agropecuária (Inia).

A ovinocaprinocultura no Brasil

Conforme o Anuário da Pecuária Brasileira (Anualpec), em 2005 o rebanho brasileiro de ovinos correspondeu a 16,05 milhões de cabeças e o de caprinos a 10,31 milhões de cabeças. A região Nordeste detém 56,3%5 e 93,0% dos rebanhos de ovinos e caprinos, respectivamente. A região Sul representa 31,6% dos ovinos e 2,0% dos caprinos e ainda a região Sudeste é responsável por 3,4% do rebanho de ovinos e 2,4% do rebanho de caprinos.

A região Nordeste apresenta tradição na criação de caprinos e ovinos, mas a maior parte da produção continua voltada à subsistência. A ovinocaprinocultura é considerada importante fonte de alimento para as populações do meio rural, fornecendo carne, leite e derivados. No Sul do País, existe a forte presença de ovinos lanados, que são mais adaptados a baixas temperaturas e a produção é voltada para lã e carne. No Sudeste, os rebanhos são direcionados para produtos com maior agregação de valor, destacando-se a produção de queijos e cortes especiais. O enfoque da produção se dá de maneira diferenciada em razão da proximidade com a cidade de São Paulo, o maio mercado consumidor do País. (fonte: Embrapa - Comunicação)


Fonte: Clube do Fazendeiro

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