7/6/2006
Encontro debaterá agricultura sustentável para áreas secas do NE

Organizado por estudantes, professores, pesquisadores do Diretório Acadêmico Livre de Agronomia (DALA), o Grupo de Agroecologia Umbuzeiro (GAU), o Departamento e a Embrapa Semi-Árido, o evento vai promover um amplo debate entre o meio científico e a comunidade em geral acerca da construção de um sistema de agricultura sustentável que se baseie nos anseios do homem do campo das áreas de sequeiro da região.

Para os organizadores, grande parte das práticas agrícolas empregadas nos sistemas de produção tradicionais do semi-árido nordestino é inadequada, tanto nas áreas irrigadas quanto nos cultivos dependentes das chuvas. Em geral, são manejos intensivos que promovem a degradação dos ambientes e colocam em risco extensas áreas de caatinga, inclusive com processos avançados de desertificação. Um exemplo desta degradação é o uso inadequado do solo com as queimadas, o seu revolvimento excessivo por meio de mecanização pesada, ou ainda a ausência de cobertura vegetal e o esgotamento de nutrientes em conseqüência da má utilização, explica a pesquisadora Maria Sonia Lopes da Silva, da Embrapa Semi-Árido.

Sabores e saberes - O Encontro terá dois grandes blocos de tema. Um vai estar relacionado à Agroecologia e o outro abordará questões vinculadas à Convivência com o Semi-Árido. Em ambos o programa de palestras, mini-cursos, oficinas e mesa redonda está focado na articulação entre teoria e prática. O objetivo é reunir produtores, estudantes, pesquisadores, professores e profissionais interessados nos conceitos e, também, nos projetos e experiências ligadas à agroecologia e aos sistemas de produção ecológica em execução no Nordeste e em outras regiões do país, destacam os organizadores.

O II Encontro reunirá em Juazeiro (BA) alguns dos mais importantes pesquisadores e técnicos da área da Agroecologia. A palestra de abertura do evento, Agroecologia: agricultura para a transformação de uma sociedade, será proferia pelo professor Manoel Baltasar Baptista da Costa, Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) do Rio de Janeiro. Em outra palestra, o engenheiro agrônomo Paulo Petersen, da ong ASPTA, apresenta Experiências de Agroecologia do Semi-Árido. E, o também engenheiro agrônomo Sebastião Pinheiro, fala sobre Sabores e Saberes: a agroecologia e o conhecimento popular.

A estudante do curso de Agronomia do DTCS e membro da Comissão Organizadora do II Encontro de Agroecologia do Vale do São Francisco, Giselia Ferreira enfatiza que a agressão ao meio ambiente em decorrência de práticas agrícolas devastadoras não afeta apenas a fauna e flora. A destruição da vegetação e a dependência total de insumos externos à propriedade atingem principalmente o ser humano, explica. No momento que se modifica de forma tão profunda a relação do homem com a terra, quebra-se a relação de uma geração mais antiga para os atuais agricultores o que leva à extinção de conhecimentos empíricos que são uma espécie de banco de dados vital para o entendimento do funcionamento dos agroecossistemas. É um processo que precisa ser interrompido para que não prospere a devastação impulsionada pelos sistemas de produção convencionais, enfatiza Giselia.

As inscrições para o II Encontro de Agroecologia do Vale do São Francisco podem ser feitos no Diretório Acadêmico Livre de Agronomia (74 3611 7362/3611 7363 - ramal 254 ou 262). O valor da inscrição para pequenos produtores e estudantes é de R$ 25,00. Os profissionais, por sua vez, pagam R$ 50,00.



Fonte: Olhar Direto

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