1/6/2006
Ministros vão avaliar reivindicações do setor agrícola
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que vai formar uma comissão com representantes de seu ministério e do Ministério da Agricultura para avaliar as sugestões apresentadas há pouco por entidades agrícolas. Em audiência pública na Câmara, Mantega e o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, relataram as medidas anunciadas pelo governo federal para minimizar os efeitos da crise no setor.
Roberto Rodrigues afirmou que o Plano Safra deste ano aumenta os recursos para os agricultores e reduz as taxas de juros, o que dará um alívio aos produtores. Ele reconheceu, no entanto, que a perda de renda do setor com a crise dos últimos três anos pode chegar a R$ 30 bilhões.
Mantega, por sua vez, reconheceu a contribuição expressiva da agropecuária para o crescimento da economia brasileira. Ele ressaltou que o PIB agrícola esteve à frente de setores como os de indústria e serviços nos últimos anos. O ministro da Fazenda lembrou que, com exceção de 2005, o crescimento do PIB agrícola tem sido superior ao do PIB nacional.
Em 2002, esse crescimento foi de 6% contra 2% do PIB nacional. Em 2003, foi de 4% contra 0,5% do PIB nacional. Em 2004, foi de mais de 5% contra 4,9% do PIB nacional. Somente em 2005, por conta da crise, o crescimento do PIB agrícola ficou abaixo de 1% contra 2,3% do nacional.
Reivindicações
Na audiência, o representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Homero Pereira criticou a política macroeconômica adotada pelo governo e sugeriu medidas para desonerar os insumos agrícolas já na próxima safra. Ele também propôs a redução da Cide incidente sobre o óleo diesel destinado ao setor.
Já o representante da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) João Paulo Koslowski sugeriu a ampliação do percentual de indenização referente às perdas dos produtores de milho. Pelo pacote do governo, essa indenização será de 20%. Koslowski sugeriu ainda a inclusão de novos produtos no pacote de socorro do governo, entre os quais a mandioca.
Os dois representantes avaliaram que as medidas anunciadas pelo governo são insuficientes para combater a crise do setor.
Agência Câmara
Fonte: Olhar Direto