26/3/2014
Conflito entre Rússia e EUA pode ajudar o Brasil

A suspensão da Rússia por parte dos líderes do G8, grupo informal dos países mais desenvolvidos do mundo, pode beneficiar os produtores de carnes do Brasil. As indústrias nacionais projetam ocupar os espaços abertos por outros mercados e aumentar as exportações de produtos de origem animal caso sanções econômicas sejam impostas ao país do presidente Vladimir Putin.
“A Rússia será um mercado que vai se reabrir para o Brasil. Não torcemos por guerra. Mas o que está acontecendo lá pode nos beneficiar”, aponta Francisco Turra, presidente da recém-criada Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Nos últimos anos, a aproximação dos produtores brasileiros com a Rússia vinha ocorrendo aos poucos. No mês passado, o Serviço Federal de Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) liberou a compra de carne bovina de dois frigoríficos no Brasil, ambos localizados no Paraná. Com esse aditivo, hoje são 22 empresas habilitadas a fazer negócio com o país russo.
A aprovação das plantas faz parte do projeto russo de avaliar novos fornecedores, mesmo antes da crise envolvendo a Ucrânia. A Índia seria um potencial fornecedor da carne bovina, enquanto a China aparece como exportadora de suínos. Por conta do seu potencial para ampliar a produção no curto prazo, o Brasil poderia ocupar os três mercados – bovino, suíno e frango.
A ABPA considera cedo fazer projeções de quanto a mais poderia ser exportado para Rússia. No ano passado, o Brasil enviou 135 mil toneladas de suíno – 6% a mais em relação a 2012 – e 53 mil toneladas de frango – queda de 28% no mesmo período – para o Kremlin. Os índices, considerados baixíssimos, esbarram nas restrições sanitárias impostas.
No Paraná, os negócios com a Rússia são praticamente insignificantes. As plantas estaduais de avicultura exportaram 6,6 mil toneladas no ano passado. No caso dos suínos, o negócio entre o estado e Moscou é nulo.


Fonte: Gazeta do Povo

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