12/4/2006
Luiz Villela: é preciso tornar o Sisbov funcional

Na opinião de Luiz Villela, diretor da certificadora FN&T, o primeiro passo para fortalecer o Sisbov, que está sendo reestruturado e cujas novas regras vêm sendo debatidas entre os setores da cadeia produtiva e o governo, é torná-lo viável do ponto de vista operacional.

Villela enfatizou a importância do sistema ser discutido do ponto de vista técnico. "Não adianta bolar um negócio no papel e depois não ser possível de ser implementado. Se for inviável de operar na fazenda, o pecuarista desanima de rastrear", afirmou.

Ele acredita que este é um momento favorável para que sejam implementadas regras factíveis à realidade de cada elo da cadeia produtiva. "Os produtores estão conseguindo ser mais ouvidos. Os órgaos responsáveis no Mapa também estão com vontade de conseguir implementar um sistema eficiente. Acho que é o momento oportuno de uma integração muito forte", afirmou.

Leitura da identificação dos animais

Uma conquista do setor produtivo, que segundo Villela deve tornar o sistema mais operacionalizável, é a leitura dos brincos na calha de abate, quando as baixas são realizadas pelo frigorífico e comunicadas ao pecuarista. Isso irá eliminar os documentos dependem de leitura nos currais, onde o quesito do bom tratamento animal é totalmente ignorado, pois é necessário o manejo de boi gordo nos troncos e bretes.

O próximo quesito a ser discutido neste aspecto é quanto às transferências e baixas do gado de reposição. Nesse caso, é muito provável que os documentos permaneçam, ou sejam necessários relatórios de transferências entre os produtores no processo de venda de gado magro, para comunicação às agências sanitárias.

Movimentação

A proposta apresentada pelo Mapa para a nova instrução normativa define que o controle de movimentação será realizado pelas agências sanitárias de cada estado. Na opinião de Villela, a questão da informatização é crucial, e somente as certificadoras teriam condição de realizar o controle de movimentação de forma viável nesse sentido.

Seria preciso que o processo de controle da movimentação pelas certificadores fosse estruturado de forma a torná-lo possível e preciso, tendo em vista a condição de ser auditável, responsabilizando as certificadoras por eventuais falhas, pois as mesmas não podem ocorrer.

Informação

Villela destacou a importância de se criar um banco de dados confiável, realizando um levantamento das informações da BND. Seria preciso fazer um cadastramento dos frigoríficos com os respectivos SIFs e propriedades certificadas, envolvidos na exportação de carne inicialmente.

Após isso, poderia-se fazer o levantamento dos demais estabelecimentos de abate com inspeção estadual e municipal, por exemplo. "Existem propriedades com 20 ou 30 cadastros no Sisbov", disse. Além disso, é muito importante que seja implementado um sistema de GTAs informatizado, "o que acredito que já vem ocorrendo".

Prazos

De acordo com Villela, a definição dos prazos foi feita de uma forma a satisfazer às exigências do mercado internacional, mas sem ser avaliada a factibilidade do seu cumprimento. "Acho arriscado definir prazos quando não temos ainda a solução viável nos moldes da produção nacional".

No seu ponto de vista, seria importante que o sistema estivesse funcionando de forma consolidada para que fossem estabelecidos prazos para aumentar sua confiabilidade. "Ou mercado assimila uma rastreabilidade que funcione, ou não adianta por prazo", concluiu.


Fonte: Beef Point

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