11/4/2006
Especialista cobra retomada de investimentos públicos na pecuária


Alfieri defende que a pecuária é responsável pelo equilíbrio da balança comercial no País. “O setor gera empregos no campo e na cidade. Gera impostos e divisas para o País, com as exportações”, afirma.

Os participantes da palestra terão um panorama geral sobre a produção brasileira de carnes – bovina, suína e aviária. Alfieri fará um histórico da evolução da produção nos últimos 12 anos. Segundo ele, nesse período a produtividade do setor acompanhou a demanda do mercado interno apesar do aumento nas exportações de carne. “O consumo per capita de carne bovina no Brasil, em 94, era de 32 quilos por ano. Em 2005, subiu para 37 quilos”, compara.

Segundo ele, esse crescimento se deve ao investimento feito pelos pecuaristas em genética, nutrição, reprodução e manejo. O resultado, ele afirma, foi a qualidade do produto com melhor carcaça e abate precoce. “O pecuarista fez a parte dele. A produção é bem aceita no mercado externo porque tem qualidade e chega com preço baixo. O problema é a sanidade”, ressalta.

Além da febre aftosa, ele cita outra doenças que estão entre as principais barreiras sanitárias internacionais como a peste suína clássica que atingiu o setor no Nordeste este ano e a doença de Aujeszky, que afetou o rebanho suíno de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, há dois anos. Sem contar os riscos da gripe aviária e da doença de Newcastle no setor de aves.

Para reverter esse quadro, só há um rumo a seguir, na opinião de Alfieri: investimentos dos governos federal e estadual. Segundo dados do especialista, os recursos públicos destinados para o setor reduziram em quase 50% nos últimos cinco anos, passando de US$ 75 milhões em 2000 e 2001 para US$ 38 milhões em 2004 e 2005. “A defesa sanitária não pode ficar a mercê da política. O investimento tem que ser perene, constante”, defende.

O especialista enumera uma série de ações que devem ser realizadas dentro do processo de erradicação de doenças no setor como análise de risco de doença, exercício de simulação de doença, intensificação da vigilância em fronteira, criação de comitês técnicos consultivos fora do governo para dar transparência ao processo, controle e qualidade de vacinas e monitoramento de animais silvestres. Ele ressalta ainda a importância da vacinação oficial, principalmente, em assentamentos, reservas indígenas, minifúndios e, até mesmo, na periferia das cidades por onde animais circulam livremente.

Alfieri afirma ainda que apesar da defesa sanitária ser uma responsabilidade do Governo, o pecuarista tem papel fundamental no processo. “O produtor tem que estar no centro do sistema. As associações de produtores, as cooperativas têm que cobrar e muito o investimento e monitorar se as ações estão sendo realizadas”, conclui o especialista.

Serviço

O projeto “Caminhos que norteiam a agropecuária” é desenvolvimento pela Sociedade Rural do Paraná (SRP) O evento começa às 18 horas, no Centro de Treinamento Milton Alcover. A segunda palestra do evento é “O Meio Ambiente e a Reforma Agrária” com o advogado e consultor Edelson Fernando da Silva, de Curitiba (fonte: Assessoria de Imprensa - SRP)






Fonte: Clube do Fazendeiro

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