12/6/2013
Sem a Seara, Marfrig volta foco para o boi

O futuro presidente da Marfrig e ex-CEO da Seara Foods, Sergio Rial, explicou, em coletiva nesta segunda, 10, que, após a venda de 100% da Seara Brasil e das operações de couro no Uruguai (Zenda) para a JBS, as marcas Bassi e Montana passam a ser as principais do grupo. Agora, a Marfrig segue na atuação em bovinos no Brasil.
A companhia atualmente usa a marca Seara em alguns itens bovinos. O executivo explicou que as duas companhias combinaram um prazo, sem no entanto citar qual, para que a empresa deixe, aos poucos, de fazer uso da marca nesses produtos. Rial negou que a companhia venderá mais ativos operacionais, desmentindo rumores de que a Minerva Foods compraria algumas unidades de bovinos no país e que a BRF poderia adquirir operações da Keystone na Ásia.
Ele ainda explicou que não há planos de fechamento de unidades de bovinos no Brasil, mas a Marfrig segue na melhoria operacional e com os planos de fechar duas unidades de bovinos na Argentina, conforme anunciado na ocasião do resultado do primeiro trimestre. Especificamente sobre a Ásia, Rial disse que os planos da Marfrig é de expansão, principalmente em Indonésia e Vietnã.
– Estamos presentes na China, Coreia, Tailândia, Malásia e Austrália com processamento de proteínas.
Somente na China, o faturamento anual da companhia é de cerca de US$ 400 milhões – declarou. Ele ainda comunicou que quer fica no grupo Marfrig.
Sobre a transação firmada com a JBS, Rial comentou que a grande quantidade de aquisições da Marfrig – 43 companhias nos últimos cinco anos – não permitiu à empresa ter foco na captura de sinergias de algumas dessas aquisições.
– A velocidade de sinergias deveria ter sido maior, Tivemos de fazer escolhas. A vida é isso. E a melhor decisão do grupo foi exatamente melhorar a estrutura de capital para nos permitirmos crescer – declarou.
A compra pela JBS, com valor fixado em 5,85 bilhões, envolveu 100% dos ativos da Seara Brasil e a unidade de couros da empresa no Uruguai. A Seara Brasil possui 30 unidades, 21 centros de distribuições, alguns escritórios internacionais e possui a capacidade de abate de três milhões de aves por dia e processamento de 80 mil toneladas de itens industrializados.
Com a venda da Seara Brasil, o faturamento anual da Marfrig recua para quase R$ 16 bilhões de aproximadamente R$ 28 bilhões. Para a JBS, a operação adicionará R$ 10 bilhões na receita bruta da companhia.
– Nos coloca como a segunda maior empresa brasileira de itens processados e líder mundial de aves – disse o presidente da JBS, Wesley Batista. Com os ativos da JBS Aves (Frangosul, Agrovêneto e Tramonto), a JBS passa para um abate diário de 12 mil aves no Brasil.



Fonte: portal Estadão

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