7/12/2012
Caixa libera R$ 400 milhões em crédito para agricultura.

Econômica Federal já liberou 25% do orçamento previsto para o financiamento agrícola nesta safra de 2012/2013, de R$ 1,6 bilhão. A oferta de crédito rural do banco público deve chegar a R$ 9 bilhões na temporada de 2015/2016 - considerando o atual nível de depósitos em conta corrente, que balizam o volume das concessões. A instituição começou a emprestar dinheiro ao campo em setembro deste ano, com plano de metas para os próximos quatro: elevar o percentual destinado ao setor agropecuário dos iniciais 6% para 34%, de acordo com a gerente nacional de Agronegócios, Sayonara Meirelles. "A Caixa está entrando com recursos obrigatórios e tem cinco anos para chegar ao mesmo percentual das outras instituições, definido pelo Banco Central", disse ela. "Mas o comportamento dos depósitos não segue uma regra", acrescentou, explicando que, portanto, o valor bruto dos financiamentos é variável. A parcela direcionada por instituições financeiras à concessão de crédito rural cresceu 6% neste ano. O segmento é liderado, atualmente, pelo Banco do Brasil, que tem R$ 55 bilhões empenhados para esta temporada. "A Caixa deve liderar esse mercado, assim como faz no imobiliário", disse o superintendente regional do banco em Goiás, Moacyr do Espírito Santo. "Havendo sucesso, teremos outras fontes de recursos possíveis, como o Funcafé e o BNDES", afirmou Sayonara. O capital de outras instituições se acrescentaria à fonte primária dos depósitos bancários, cujo percentual reservado ao crédito agrícola, no caso da Caixa, deve ser de 13% no ano que vem. "De 24% em 2014, depois 27% e, então 34%. Esse crescente já é um grande desafio", disse a gerente nacional. Estruturação - A Caixa entrou no ramo de crédito rural com a safra deste ano e com pouca divulgação, utilizando uma estrutura de empresas terceirizadas de engenharia para montar a operação. Foram 72 as agências escolhidas para o projeto piloto, e há negócios sendo fechados até na Avenida Paulista, em São Paulo (SP). Os desafios para a consolidação do negócio, segundo Sayonara, estão em compreender as características de cada cultura agrícola, investir na divulgação da linha de crédito e desenvolver os processos operacionais e de atendimento ao produtor rural. Nas últimas duas semanas, o engenheiro agrônomo Ricardo Mendes, do corpo técnico da Caixa, visitou a região de fronteira agrícola conhecida por Matopiba, que envolve os Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e o oeste da Bahia, onde entrevistou agricultores a respeito da carência por crédito que prejudica o setor. Os agricultores, de modo geral, receberam positivamente a notícia, ainda pouco divulgada, da entrada da caixa no financiamento agrícola. Mas aproveitaram, com poucas exceções, para criticar a burocracia típica da concessão de empréstimos. Características A nova linha iguala-se aos produtos oferecidos por outros bancos que financiam o agronegócio, pois obedece a definições do governo federal, com juros entre 2,5% e 5% e limites de R$ 800 mil para custeio e R$ 300 mil para investimento. O diferencial está na avaliação dos valores que devem ser emprestados, segundo Sayonara: "A Caixa focou no orçamento simplificado, que considera os preços de referência da Conab, para calcular o valor médio por hectare". Plano Safra As decisões da Caixa estão inseridas num contexto de maior liberação de crédito ao agronegócio, em função da qual, também, o Banco do Brasil deve emprestar 14% a mais de dinheiro nesta temporada. O Plano Safra 2012/2013 prevê que o governo libere R$ 115,2 bilhões à agricultura empresarial e R$ 18 bilhões ao Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), sendo R$ 86,9 bilhões destinados ao custeio e à comercialização e os outros R$ 28,2 bilhões, a investimentos.

Fonte: Jornal DCI, Agronegócio/SP

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