24/7/2012
Austrália: crise no Japão e Coreia de Sul prejudicam exportações de carne bovina

A crise econômica e a valorização da moeda australiana continuam a dificultar a vida dos exportadores de carne do país, embora o volume de embarques esteja robusto, informou nesta sexta-feira a consultoria Meat & Livestock Australia (MLA, na sigla em inglês). O aumento da demanda da crescente classe média dos países emergentes continua sendo favorável à carne australiana, mas não compensa os impactos da crise no Japão e Coreia do Sul, primeiro e terceiro maiores mercados da Austrália, disse a MLA.

O economista chefe da MLA, Tim McRae, disse que os problemas econômicos nesses mercados atualmente superam os benefícios do aumento da demanda nos países emergentes e a oferta global apertada de carne bovina. ”O valor da carne bovina em muitos mercados está num ponto que torna difícil competir com outras fontes de proteína mais baratas num momento em que os consumidores estão mais preocupados com os preços”, disse McRae em nota.

Segundo a consultoria, as exportações da Austrália devem crescer 1% no ano, para 960 mil toneladas de carne desossada, com um valor de cerca de 4,5 bilhões de dólares australianos (US$ 4,7 bilhões). Austrália, Estados Unidos e Brasil são os três maiores fornecedores de carne bovina para o mercado global.

No Japão, a demanda por carne australiana caiu neste ano, mesmo em comparação com a demanda fraca pós-terremoto de 2011, disse McRae. Segundo ele, as vendas foram afetadas pelo aumento da concorrência com a carne norte-americana e crescimento da produção doméstica. O MLA prevê que os embarques para o Japão caiam para 325 mil toneladas neste ano, 5 mil toneladas abaixo da estimativa de janeiro e 5% abaixo das 342 mil toneladas embarcadas no ano passado.

Para a Coreia do Sul, a consultoria projeta um recuo de 28% neste ano, para 105 mil toneladas, refletindo uma queda brusca na demanda e uma concorrência maior da produção local de carne bovina e da importação de carne bovina e suína dos Estados Unidos.

No entanto, as exportações aos EUA devem subir quase 50%, para 250 mil toneladas neste ano. Como os preços de processamento da carne nos EUA atingiram altas recordes em abril, os exportadores australianos voltaram a aumentar os volumes embarcados ao país, disse McRae. Ao mesmo tempo, isso reduziu a disponibilidade de produto para outros mercados que compram carne processada, como Japão, Coreia do Sul, Indonésia e Rússia, avaliou. As informações são da Dow Jones.


Fonte: BeefPoint

Voltar