17/10/2005
Estados não seguem acordo feito no Mapa

Oficialmente, 15 estados considerados livre de aftosa mais o Distrito Federal concordaram em eliminar as restrições à carne de Mato Grosso do Sul. Na prática, porém, isso não deverá ocorrer. <BR>Após cinco horas de negociações, na sexta-feira, o Mapa anunciou que os estados concordaram em liberar a entrada da carne sul-matogrossense. Até foi feito documento determinando que carne desossada e maturada das espécies suscetíveis à aftosa, além de aves e pescados não deverão ser alvo de restrição. <BR>

Na reunião, ficou decidido ainda que leite e derivados submetidos aos tratamentos sanitários não serão proibidos fora da região interditada. A regra vale para o couro. Para animais vivos, porém, o estado discutirá com cada uma das demais unidades da federação para que haja um acordo. Para o governo, o embargo dentro do Brasil dificulta as negociações com os importadores de carne brasileira.<BR>

Para os representantes dos estados, porém, o consenso não é tão grande assim. Apesar de o Ministério da Agricultura ter afirmado que houve entendimento, o secretário da agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, disse que, por hora, o estado não permitirá a entrada de carne de MS. Haverá ainda uma reunião com o governo do Paraná e do Rio Grande do Sul para discutir o tema. Mesmo sem declarações formais, especula-se que São Paulo, Paraná e Minas Gerais não vão seguir a orientação do governo. <BR>

O Mapa confirmou 31 notificações formais de países que restringiram a carne brasileira. Além dos 25 países da União Européia, Israel e África do Sul, Argentina e Chile impuseram restrições que só foram confirmadas pelo governo na sexta-feira. <BR>

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel acha que a tendência é que os países flexibilizem logo essas restrições. A maior preocupação é com a União Européia, que compra 30% da carne do Brasil e proibiu a entrada de produtos do MS, São Paulo e Paraná. Juntos, esses estados exportam quase 80% da carne vendida ao exterior. Outra preocupação é com a Rússia, maior importador de carne do Brasil.


Fonte: Gazeta Mercantil (por Dimalice Nunes), adaptado por Equipe BeefPoint

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