1/6/2012
Não há monopólio nos frigoríficos, diz JBS

Presidente da empresa respondeu a produtores sobre relação do grupo com BNDES, intervenção nos preços e posição sobre exportação de bovinos em pé.

O presidente do Grupo JBS, Wesley Batista, afirmou que não há monopólio na indústria frigorífica nacional. “No ano passado o nosso abate representou 17% de todo o abate brasileiro. Eu não acho que isso seja monopólio ao ponto de poder prejudicar qualquer elo da cadeia”, argumentou. Ele participou na noite desta quarta-feira, 30, de debate no Canal do Boi, para debater a concentração frigorífica no País.

Contudo, para o presidente da Acrimat, José João Bernardes, a concentração é realidade. “No nordeste e noroeste do Estado, só temos uma empresa operando e ela tem um rebanho referente a 33% das cabeças mato-grossenses. Quando você dilui os dados para o rebanho nacional está colocando eles a seu favor.” Segundo a União Democrática Ruralista (UDR), apenas o grupo JBS detém 50% dos abates no Mato Grosso e 37% em Mato Grosso do Sul.

Batista também rechaçou a acusação de produtores de que o frigorífico estaria forçando o recuo dos preços nas regiões em que é dominante. “Frigorífico não faz preço, quem faz é oferta e demanda. Frigorífico não tem essa condição”, declarou.

Segundo Batista, embora a empresa esteja em expansão, a indústria não tem obtido grandes resultados em detrimento ao produtor. “Se tanta gente quebra eu não acredito que tanta gente esteja ganhando dinheiro. É um ramo de margens baixas. Se fosse fácil não quebravam tanto.”

Bernardes credita a fechamento das empresas do setor à gestão má direcionada. “Nós continuamos a pagar a conta. Cada empresa que venha a entrar em recuperação judicial entra em insolvência absoluta. E nós não recebemos da empresa e do governo garantia documental quando vendemos”, salientou.

Durante o debate, o presidente da JBS também afirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) é sócio do grupo por meio do BNDES PAR e não financiou a expansão do grupo, como alegam os produtores, em detrimento do aporte aos pecuaristas. “É sócio como é de 500 empresas. É um investidor com a mesma participação de qualquer outro.”

Wesley ainda salientou que a indústria não é contrária à exportação de bovinos vivos. “O que pedimos é uma equalização: Ou tira o imposto da exportação do couro ou tem um desequilíbrio.”

O dirigente também esclareceu que caso a aquisição do Independência seja concluída o JBS não se responsabilizará pelo pagamento dos credores da empresa;. “Fiz uma proposta comercial ao independência. Eu não causei prejuízo ao produtor e não tenho nada a ver.” Para que o negócio seja fechado ainda é preciso que os credores extra-concursais aceitem a proposta.



Fonte: Portal DBO

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