29/5/2012
União Europeia deve abrir mercado para tripas bovinas em junho

Elevação do status brasileiro com relação à doença da vaca louca vai possibilitar acesso a novos mercados.

A União Europeia deve abrir seu mercado para as exportações brasileiras de tripas de bovinos no próximo mês, em função do novo status do Brasil como “risco insignificante” em relação à Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como doença da vaca louca, que foi reconhecido na semana passada pela assembleia dos países que compõem a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, em inglês).

O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo diretor de Saúde Animal do Departamento de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Guilherme Marques.

Ele afirmou que a elevação do status sanitário do Brasil em relação à vaca louca, de “risco controlado” para “risco insignificante”, é importante pois garante o acesso a outros mercados, como a exportação de animais vivos para a América do Sul.

Ele explicou que o reconhecimento internacional do novo status resulta de um trabalho iniciado pela Defesa Agropecuária em 2001, que exigiu investimentos de setores como o de graxaria, que processa resíduos dos frigoríficos.

Segundo Marques, o Banco do Brasil liberou cerca de R$ 500 milhões a juros subsidiados para que as graxarias pudessem investir em esterilizadores que afastam o risco da doença.

As graxarias fabricam farinhas utilizadas como ração para aves, suínos e animais domésticos, além de óleos e outros subprodutos de origem animal.

Em função do risco da vaca louca, o uso de proteína animal na fabricação de ração para bovinos é proibido no Brasil, apesar de grande parte do rebanho ser alimentada a pasto.

A vaca louca surgiu no Reino Unido e se espalhou pela União Europeia na década de 80, por causa do uso descontrolado de proteínas animais na ração do rebanho bovino.

De acordo com Marques, mesmo sem ter registros da doença da vaca louca e não utilizar ração animal para alimentar o rebanho, o Brasil foi classificado inicialmente como “risco controlado, para não ficar no limbo”.

Ele disse que a maior preocupação era com os animais de alta linhagem importados da Europa para melhoramento genético do rebanho.

A maioria foi identificada e está sendo rastreada. No caso da importação de sêmen e embriões não existe risco de disseminação da doença.

O Brasil passa a ser um dos 19 países do mundo que têm o status de “risco insignificante”, que é o mais elevado, uma vez que em relação às doenças animais não existe a classificação “risco zero”.

Tripas
A abertura do mercado europeu irá gerar um ganho maior para os frigoríficos brasileiros, que no ano passado exportaram 69 mil toneladas de tripas bovinas e faturaram US$ 271,8 milhões. O principal mercado foi Hong Kong, para onde foram exportadas 45,9 mil toneladas, que renderam US$ 156 milhões.

O segundo mercado é a Rússia, com importações de 8,6 mil toneladas e US$ 46,1 milhões no ano passado. O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, disse recentemente à Agência Estado que a reabertura do mercado europeu para as tripas bovinas pode gerar uma receita de US$ 100 milhões.

Fonte: Sou Agro

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