17/5/2012
Febre Aftosa: Índios tem até o dia 30 de maio para liberar a entrada da Iagro nas terras ocupadas

De acordo com a Secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, Tereza Cristina Correa da Costa Dias, os índios da etnia kadiwéu têm até o dia 30 de maio para liberar de forma pacifica a entrada de técnicos da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) para concluírem a imunização da campanha contra a Febre Aftosa.

A decisão foi tomada depois de uma reunião entre a secretária com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Secretária Estadual de Desenvolvimento e Agricultura, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e o Governo de Mato Grosso do Sul, com a presença da vice- governadora Simone Tebet, que ocorreu na semana passada em Brasília.

Como se trata de uma questão sanitária é necessário tomar medidas drásticas se caso os índios não colaborarem com a imunização. " Acredito que isso não será necessário, temos ótima relação com a diretoria da Funai e eles estão dispostos em conscientizar os índios de como esse controle que é de suma- importância para a saúde do animal e conseqüentemente para o Estado" - afirma Tereza Cristina

Entenda o Caso

Desde o dia 27 de abril, índios da etnia kadiwéu, ocupam 12 fazendas no município de Corumbá, reivindicando que as terras adquiridas pelos fazendeiros fossem dos índios. O caso está sendo discutida em ação em trâmite no Supremo Tribunal Federal - STF.

No último domingo, foi à vez destas duas fazendas da mesma região das outras, serem ocupadas pelos kadiwéus. Por volta das 6h, cerca de cem índios armados de facas e revólveres, cercaram os funcionários das propriedades e o expulsaram, segundo os fazendeiros. Não houve confronto.

Essa briga já existe há anos, quando a Funai, em 1984, por meio uma Ação Demarcatória que ainda não teve o seu desfecho por conta de recursos apresentados aos tribunais superiores, conseguiu estabelecer na Circunscrição de Porto Murtinho a matrícula de número 1154, da qual constam como reserva indígena não apenas a área de 373 mil hectares em Porto Murtinho, mas também pouco mais de 155 mil hectares de terras do município de Corumbá, justamente as que vêm sendo hoje invadidas pelos índios.

Fazendeiros

Já os proprietários alegam que as terras surgiram quando a extinta S/A Fomento Argentino Sudamericano adquiriu do Estado de Mato Grosso uno 726,077 mil hectares, cuja totalidade foi vendida aos produtores rurais ao longo dos anos, dentre os quais o mais de 155 mil hectares hoje em litígio com os índios Kadweus.


Fonte: Boi Pesado

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