3/4/2006
Frango tem o primeiro reajuste dos últimos sete meses


Porém, mesmo as comemorações sendo prematuras, há – finalmente! – algum sinal de luz no fim do túnel. E não é a do trem, com certeza. Assim, o simples fato desse reajuste ter ocorrido no último dia do mês (uma data improvável para aumentos do gênero) sugere haver maior equilíbrio entre oferta e procura, perspectiva confirmada pela Jox Assessoria Agropecuária, para quem “as ofertas de frangos criados especificamente para venda no disponível estão ajustadas”.

Significativo, também, é o fato desse reajuste – decorrente de ajustes no mercado físico – estar ocorrendo quase no ápice da Quaresma, período em que (também normalmente) o mercado do frango se mantém fraco. E isso é mais uma confirmação de que as ofertas de frango vivo estão, neste instante, mais “enxutas”. Nada a estranhar, no entanto. O frango que começou agora a ser abatido provém dos pintos de corte alojados em meados de fevereiro, época em que, depois de vários sinais de alerta, se acendeu sobre o setor a luz vermelha que compelia todo o segmento a uma radical redução da produção.

Note-se, mesmo assim, que a redução que agora começa a se concretizar ainda não é a esperada, pois limita-se a apenas um segmento da avicultura de corte – o da produção independente de frangos para venda no mercado “spot”. E isto também se justifica, pois, afinal, depois de enfrentarem um dezembro extremamente fraco (pior preço de 2005), os independentes viram as cotações do frango vivo recuarem ainda mais no primeiro mês de 2006. E a primeira (senão única) alternativa foi reduzir imediatamente o alojamento – o que, infelizmente, não os livrou da crise que começaria quase simultaneamente à decisão de redução.

Além disso, porém, o menor alojamento atingiu, inicialmente, apenas um segmento porque – é sempre oportuno lembrar – os transatlânticos (grandes empresas), por serem maiores, estão sujeitos a muito mais vozes de comando. Por isso, demandam muito mais tempo para parar ou reduzir a velocidade. Não é por menos que o efeito da redução nessas empresas não será percebido antes da segunda quinzena de abril ou, o que é mais provável, em maio.

Em outras palavras, os novos reajustes que vierem a ocorrer nestes próximos dias no mercado do frango vivo serão tímidos, insuficientes para fazer com que os produtores voltem a obter algum lucro com o produto. Além disso – é importantíssimo lembrar – ainda há no setor elevadíssimos estoques de frango não exportado que, mesmo sendo melhor comercializados, sempre obstarão, até que se esgotem, uma melhor evolução de preços do frango vivo e abatido. (fonte: Avisite)


Fonte: Clube do Fazendeiro

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