11/4/2012
Brasil terá o primeiro banco de DNA do Zebu

Dados poderão ser usados como fonte de informações para pesquisa sobre genoma.

Terá início em maio o projeto do primeiro banco de DNA das raças zebuínas de corte e leite do mundo. A ação será desenvolvida por entidades de pesquisa de Minas Gerais em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ).

Cerca de 80% do rebanho brasileiro é formado por zebu. A coleta de dados genéticos destes animais é considerada fundamental pelos pesquisadores para o desenvolvimento de novas tecnologias e ferramentas para conhecer melhor as características de cada raça. Além disso, também é fonte para a seleção genômica.

“A ideia é reunir todas as aptidões do zebu em um só lugar”, afirma Sarita Bonagurio Gallo, coordenadora do curso de Zootecnia das Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU) e coordenadora do projeto. Também, participam da iniciativa o Polo de Excelência em Genética Bovina e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

Na primeira fase serão coletadas 25 mil amostras de DNA. “Este é um processo já adotado por outros países, mas no Brasil o tamanho do rebanho, a dificuldade de locomoção e os custos retardaram a iniciativa”, diz a coordenadora. As amostras só serão coletadas com a autorização dos criadores.

Técnicos da ABCZ farão a coleta a partir do tecido auricular dos zebuínos machos, quando forem até a fazenda para a realização do Registro Genealógico Definitivo (RGD). O processo é feito com um equipamento específico e de maneira imperceptível.

Segundo Gallo, a ideia é que todos os animais com RGD tenham seus dados armazenados. A participação das raças será equivalente ao número de animais registrados na ABCZ.

“É natural que haja maior quantidade de amostras de Nelore, já que estes são 75% dos animais com registro”, observa.

Além da contribuição científica, o projeto será de grande importância acadêmica para os futuros zootecnistas formados pela faculdade. “Através dos dados morfológicos, por exemplo, será possível comparar o DNA de um animal ao resultado de campo”, explica a coordenadora.

De acordo com Beatriz Cordenonsi, gerente do Polo de Genética, a armazenagem do DNA destes animais também será importante para a preservação da história genética do zebu. “Este banco poderá ser utilizado como reserva de variabilidade genética em caso de perda de rebanhos causada por fatores como doenças que exijam sacrifício de populações, como a doença da Vaca Louca ou a Febre Aftosa”, esclarece.

O projeto tem apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais e recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa Agropecuária do Estado (Fapemig).



Fonte: Portal DBO

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