3/4/2012
Benefícios diretos e indiretos da engorda de bovinos em confinamento

Em qualquer atividade econômica, quanto mais intensa ela é, maiores os riscos financeiros de sua operação. Geralmente é assim porque nestas operações o investimento deve ser maior, como acontece na agricultura e na engorda intensiva em confinamento. É por isso que esta atividade exige planejamento.

Embora envolva alto risco, não são raros os casos de sucesso de produção de bovinos em confinamento, tanto que a atividade cresce no Brasil. O aumento do número de gado confinado em 2012 será de 15% (3,46 milhões para 4 milhões de cabeças), de acordo com a projeção da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon). O que vai balizar o sucesso e a lucratividade do confinamento é a análise da matéria prima disponível (boi magro) e do preço dos alimentos. “Você deve analisar caso a caso, ano a ano e até dentro de uma mesma estação seca você pode mudar o jeito de confinar”, atenta Carlos Gattass, médico veterinário e diretor executivo da Rede Rural Centro.

“No início da seca, quando a arroba ainda não está valorizada, você pode confinar em sistema de parceria para diminuir o risco. Para o gado a ser abatido em outubro, quando geralmente os bois estão mais magros, você pode pensar em fazer boitel e ganhar no preço da arroba e no ganho compensatório *, que é maior do que o do início da seca”, exemplifica Gattass.

É claro que este modelo não será sempre o melhor para todos os casos. O tipo do animal interfere nos custos e no sucesso da engorda intensiva. Se é macho ou fêmea, castrado ou inteiro, nelore ou produto de cruzamento industrial - características que, aliadas à situação do mercado, interferem no resultado direto do confinamento.

Indiretamente, a engorda intensiva de bovinos de corte também gera bons resultados. “Mesmo quando não há lucro operacional, você obtém ganhos indiretos. Antecipa a receita, tira do pasto os animais mais pesados, diminuindo o peso médio do rebanho, se for o caso pode repor e aumentar o ganho de peso por hectare, produzindo mais carne”, lista Gattass. Segundo o veterinário, o confinador de sucesso deve se profissionalizar em todos os sentidos, inclusive na comercialização, usando algum tipo de garantia de preço. “Se ele não usar garantias, como algum tipo de hedge, o confinamento pode se tornar perigoso”, recomenda Gattass.

O sócio proprietário da Rural Centro disse que em junho 2010 confinou 400 cabeças no município de Itiquira, Mato Grosso. Eram animais nelore e cruzados, que entraram com 440 quilos em média. Alguns lotes foram abatidos com 35 dias e os mais tardios aos 70 dias. Em média, os animais foram terminados aos 50 dias. O peso de abate médio foi de 18 @ e o ganho diário foi de 1,350 kg. A dieta foi feita com milho, que na época estava barato em comparação com os preços atuais, e com um núcleo específico para confinamentos. 80% dos animais foram abatidos com preço previamente travado, ou seja, 320 cabeças tinham preço da arroba definido antes de fechar a operação. “O valor cobria o custo do confinamento e ainda dava lucro”, afirma o veterinário Carlos Gattass.

Um grande evento sobre confinamento

A Rural Centro, junto à Beef Tec, irá realizar em junho (dias 8 e 9) o evento Confinar 2012, que é o primeiro Simpósio Sul-mato-grossense de Confinamento de Gado de Corte. "Sistemas de produção" é apenas um dos tópicos que fazem parte da grade de programação do evento. Veja a lista dos temas abaixo:

- Oportunidades e perspectivas dos mercados de carne bovina e grãos
- Mercado da pecuária nacional: expectativas para 2012
- Sistemas de produção
- Legislação ambiental aplicada ao confinamento e o novo código florestal
- Planejando a estrutura de um confinamento dentro da realidade brasileira
- Planejamento da gestão de compras e da comercialização de um confinamento
- Terceirização da engorda em confinamento: estratégias e viabilidade
- Tecnologia da mecanização
- Gerenciamento da informação e avaliação dos resultados do confinamento
- A saúde animal e sua importância no desempenho de bois confinados
- Manejo nutricional em confinamento
- Bactérias como probióticos em confinamentos: a experiência dos EUA
- Confinamento sem volumoso: um avanço na nutrição animal
- Os hábitos dos confinamentos eficazes: uma abordagem sobre nutrição e manejo
- Confinamento x sustentabilidade: verdades e mitos
- Qualidade da carne produzida em confinamento.


Fonte: Rural Centro

Voltar