23/3/2012
Embargo impacta nos envios em fevereiro

O embargo às carnes mato-grossenses realizados pela Rússia seguem impactando nas exportações da cadeia produtiva em Mato Grosso. A questão, somada as crises vivenciadas pelo Oriente Médio e Europa, levaram as exportações de carne do Estado caírem 11,21% na receita em fevereiro de 2012, ante o mês em 2011, uma queda de US$ 100,649 milhões para US$ 89,363 milhões. O baixo envio é puxado pelas carnes suínas e bovina. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as quedas de 53,7% e 21,6%, respectivamente, são no comparativo com fevereiro de 2001.

Devido a situação crítica, no dia 30 de março o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, segue para a Rússia para mais uma rodada de negociações com o objetivo de encerrar o embargo. Conforme o setor produtivo de carne em Mato Grosso, as quedas nas exportações já eram esperadas.

Segundo nota do Mapa, no encontro Ribeiro Filho tentará dar celeridade à negociação e resolver as pendências técnicas que ainda impedem o envio das carnes de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul ao país. Durante reunião com lideranças políticas e produtivas do Paraná, ontem, o ministro declarou que já recebeu "confirmação da liberação de uma planta e da audiência com a ministra na próxima semana. Ação não vai faltar por parte do governo". Além das carnes brasileiras, a Rússia nesta semana restringiu a compra de bovinos e suínos vivos, bem como ração animal, proveniente da União Europeia.

Embarque - Em carne bovina apenas US$ 53,015 milhões foram embarcados em fevereiro, enquanto em 2011 haviam sido de US$ 67,642 milhões, retração de 21,6%. Além da Rússia, que apresentou queda de 100%, o Irã adquiriu apenas US$ 2,063 milhões em carne bovina, 82,8% inferior aos US$ 12,064 milhões do mês em 2011.

Já para o Iraque o decréscimo foi de 44,7% enviando apenas US$ 525,092 mil. Para a Venezuela a retração foi de 11,6% registrando US$ 9,053 milhões em fevereiro de 2012. O Chile por sua vez apresentou alta de 966,7% nos envios, um salto de US$ 673,145 mil para US$ 7,179 milhões. Para o Reino Unido o incremento foi de 175,2% de US$ 180,795 mi para US$ 497,555 mil.

Conforme o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, a queda já era esperada, em decorrência de três fatores. "Tivemos essa queda por conta da Rússia, que em fevereiro do ano ainda comprava carne nossa, além da crise política do Oriente Médio e da crise econômica da Europa. Só não foi pior, pois outros mercados se abriram para o Brasil, enquanto outros passaram a nos procurar mais".

Carne suína - A carne suína, mesmo com a abertura de novos mercados, também, apresentou queda nos envios ao exterior no mês passado. O decréscimo chegou a 53,7%. Em fevereiro de 2011 foram comercializados US$ 5,261 milhões em produtos neste ano apenas US$ 2,433 milhões. A queda foi puxada pela Rússia, que na ocasião em 2011 era a principal cliente do setor. "O que nos ajudou foi a abertura de novos mercados e o aumento da aquisição de outros, como Hong Kong, e seguimos pressionando o governo federal para buscar outros”, comenta o diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues.

Para Hong Kong foram comercializados 254,2% a mais em fevereiro de 2012, frente o mês em 2011, um salto de US$ 321,73 mil para US$ 1,137 milhão.

Aves - Ao contrário das carnes bovinas e suínas, as exportações de aves registraram alta de 20,1%. Foram enviados US$ 32,873 milhões este ano, contra os US$ 27,371 milhões do ano passado. Somente para a Venezuela US$ 18,457 milhões foram enviados, 55,7% a mais que em 2011. Já para Hong Kong a alta foi de 24,5% registrando US$ 3,543 milhões. Benin, no Oriente Médio, cresceu 1039,6%, comprando
US$ 434,01 mil em 2012, frente aos US$ 38,08 mil de 2011.

"Crescemos devido a entrada de novos clientes, após o embargo da Rússia. A fusão entre os dois maiores frigoríficos do país, também auxiliou neste incremento. Esperamos exportar 5% a mais do que em 2011", revela o presidente da Associação Mato-grossense de Avicultura (Amav-MT), Tarcísio Schroeter.


Fonte: Famato

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