6/3/2012
EUA: maior preço de animais para reposição eleva preço da carne bovina

A indústria pecuária dos Estados Unidos tanto na produção como no mercado, está passando por situação única e incomum. O extremo calor e as condições de seca em 2011 levaram a declínios de dois dígitos nas porcentagens de gados de corte no Texas e em Oklahoma. Em 2011, 660.000 cabeças de gado de corte desapareceram do Texas, tendo esse se tornado o maior declínio em um único ano da história. Os produtores de Oklahoma reduziram seu rebanho em 288.000 cabeças, caindo no ranking dos rebanhos de gado de corte dos Estados Unidos do segundo para o quarto lugar, depois do Texas, Nebraska e Missouri.

Por outro lado, muitos estados do norte do país tiveram boas condições de produção em 2011, o que permitiu um aumento no número de animais para abate. Isso ajudou a amenizar o declínio no número total de bovinos dos Estados Unidos com relação ao ano anterior para 3%. As boas condições de verão em alguns estados do norte também permitiram que esses produzissem e enviassem centenas de caminhões de carga do excedente de feno para as Grandes Planícies do Sul. Mesmo com altos preços sem precedentes, os produtores do sul ficaram satisfeitos que havia feno disponível. Mesmo com as condições desfavoráveis no verão nas Grandes Planícies do Sul em 2011, o inverno ameno durante janeiro ajudou a expandir os escassos estoques de feno.

De forma surpreendente, os preços do gado permaneceram fortes. Em novembro de 2011, os preços para todas categorias de gado apresentaram um aumento de mais de 25% com relação ao mesmo mês de 2010. Os preços dos bezerros mais leves ficaram em níveis recordes. Muitos produtores estão se perguntando até quanto os aumentos de preços podem prosseguir antes de os consumidores começarem a reduzir suas compras de carne bovina.

O Índice de Preços ao Consumidor calculou um aumento de 10% nos preços da carne bovina e de vitelo de novembro de 2010 a novembro de 2011. Baseado em dados preliminares reportados pela Universidade de Missouri, a demanda por carne bovina aumentou 4% em dezembro de 2011 com relação a dezembro de 2010 e 1% durante todo o ano de 2011. Esse aumento na demanda geral segue um declínio de três anos na demanda doméstica de carne bovina. Entretanto, dados preliminares do quarto trimestre de 2011 indicam que as exportações de carne bovina deverão ser 10% maiores do que em 2003 (antes do surgimento de Encefalopatia Espongiforme Bovina no país) e cerca de 21% maior do que em 2010. O enfraquecimento do dólar contribuiu para exportações mais fortes.

A produção de carne bovina será reduzida por vários anos devido à seca de 2011. O declínio em 2012 em relação ao ano anterior de bovinos de corte de 3% resultará na menor safra de bezerros desde 1950. Os menores números de gado em combinação com a maior demanda no mercado doméstico e internacional preparam o cenário para um fortalecimento dos preços.

Um número interessante é que em 1o de janeiro de 2012 do rebanho bovino dos Estados Unidos teve um aumento de 1% nas novilhas de corte de reposição com relação ao ano anterior, isso indica que a indústria quer aumentar o rebanho.

De forma geral, o futuro é bom para a indústria pecuária dos Estados Unidos; entretanto, muitos desafios persistem. Primeiro, os maiores preços dos animais tipicamente se traduzem em maiores riscos, tornando, portando, as estratégias de controle de riscos mais importantes aos produtores. Segundo, os preços dos insumos deverão continuar aumentando e o controle dos custos será essencial para a rentabilidade dos produtores. Por último, as políticas de Governo podem afetar as operações pecuárias e agrícolas, de forma que é importante que os produtores se tornem (e continuem) politicamente engajados. Aqueles que engajarem sua representação política e administrarem os riscos de produção e de mercado, deverão prosperar nos próximos anos.


Fonte: BeefPoint

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