31/3/2006
Produtor culpa o governo pela crise do agronegócio


Segundo Silva Lopes, que é também engenheiro agrônomo, já em novembro do ano passado a agricultura reclamava da morosidade do poder político em buscar alternativas eficientes para alavancar o agronegócio, que estava sendo corroído por uma política econômica nefasta, apesar da influência direta do segmento nos superávits do país. Mas de nada adiantou o chio do campo, nada foi feito para minimizar a crise do agronegócio.

“Enquanto a imprensa mostrava dinheiro em malas e em cuecas de assessores dos homens que comandam este país, no campo nos deparávamos com produtores que não conseguiam sementes, adubo, óleo diesel e insumos para alavancar a produção e gerar divisas e emprego” – reclama o agricultor. A raiva dos produtores rurais é que o dinheiro que correu com fartura para comprar votos de deputados federais faltou para o produtor rural adquirir até calcário para corrigir o solo para plantar.

Conforme Silva Lopes, o setor produtivo estava vivendo no final do ano passado um dos seus piores momentos, com os atores de toda cadeia do agro negócio na corda bamba, caminhando de um lado para outro sem direção. “Mas por acreditarem no futuro seguiam uma linha imaginária sem saber se conseguiriam chegar do outro lado do caminho, sempre sonhando que poderiam continuar no processo produtivo” – destaca ele.

Mesmo enfrentando uma série de adversidades, os agricultores fizeram o plantio, rezaram para chover, em alguns momentos e também para ter sol na colheita. Apesar da falta de dinheiro, não descuidaram dos itens básicos para se obter uma boa produção. Mas agora, produzindo bem ou mal, chegam a conclusão que o melhor seria não terem se enveredado por essa aventura de buscar proporcionar divisas e empregos ao país, pois estão num beco sem saída: vão ter que pagar suas dívidas e não têm com que saldar seus compromissos financeiros.

Grande prejuízo

Revela Silva Lopes que nos municípios de Nova Mutum e Santa Rita do Trivelato, nos quais o preço da soja esta fixado em R$ 16,00 a saca de 60 kg, o produtor está precisando colher 4.000 kg/hectare para cobrir os custos diretos de produção, enquanto a média de produção a média deverá ficar em 2.820 kg/ha.

“Com o déficit de 1.180 kg de soja/ha ou seja R$ 314,00/ha, se multiplicarmos pela área de plantio, estimada em 550 mil hectares nos dois municípios, teremos um prejuízo aproximado de R$ 172.700.000,00” – calcula Silva Lopes. E o que é pior – diz ele – é que o produtor rural não está enxergando saídas para continuar no campo, pois a renda da produção de frangos, suínos, bovinos, arroz, milho, dentre outras atividades econômicas, não estão também proporcionando superávit.

Para Silva Lopes, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), que representante os produtores brasileiros, devia mandar confeccionar um diploma e entregar ao presidente da República, com a seguinte frase: “Lula, o pior presidente para o agronegócio do Brasil”. E sugere também que o senador Aluizio Mercadante não perca tempo e se inscreva na olimpíada dos alheios aos problemas do setor produtivo. (fonte: Folha do Estado)


Fonte: Clube do Fazendeiro

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