29/2/2012
Vacinação de bovinos contra brucelose fica abaixo do ideal em São Paulo

Imunização atingiu 73% do rebanho do Estado no segundo semestre de 2011.

No segundo semestre do ano passado a vacinação dos bovinos contra a brucelose atingiu 73% do rebanho de São Paulo. Segundo a Secretaria de Agricultura do Estado, o ideal seria uma taxa maior do que 80%.

A brucelose é uma doença que pode atingir o rebanho em todas as regiões do Brasil. Uma vez contaminada, a fêmea é vítima de aborto espontâneo na primeira gestação. Nas gestações seguintes, os animais já nascem mortos ou fracos, sem as condições ideais de sobrevivência. Atualmente só existe um tipo de vacina para combater a doença, a B19. O problema é que no ano passado o Ministério da Agricultura reprovou lotes do medicamento por falta de qualidade e o produto faltou no mercado. Muitos pecuaristas perderam o prazo para imunizar os animais, que só podem ser vacinados até os oito meses de idade.

A multa por não vacinar o rebanho é de R$ 92 por cada animal não imunizado. O coordenador de Defesa Agropecuária de São Paulo, Heinz Otto Hellwig, afirma que todos os produtores que não seguiram as regras vão ser autuados. Segundo o coordenador, alguns que poderiam adquirir a vacina em outros lugares pegaram carona na falta do produto.

Para a secretária de Agricultura de São Paulo, Mônica Bergamaschi, a polêmica deve ser utilizada como um elo de aproximação entre o poder público e os pecuaristas.

— Vamos conscientizar de fato do que representa esta doença e intensificar a produção de antígenos, colocando isto sempre à disposição e tentar trabalhar com eles para encurtar os caminhos para imunizar o rebanho — afirma a secretária.

Segundo o veterinário e gerente de produtos da MSD Saúde Animal, Sebastião Faria, já está no mercado uma alternativa, mas ainda não é utilizada de forma oficial pelo Ministério da Agricultura.

— Diferente da B19, a RB51 não produz reação positiva nas provas de diagnóstico que podem dar confusão entre o animal vacinado e o animal infectado — comenta Faria.

Desta forma, o pecuarista poderia organizar um calendário de revacinação, utilizando as duas vacinas e ampliando a cobertura de todo rebanho.

— Em média, uma vacina vai proteger entre 65 e 75%. Por volta de 70% da população vacinada ficou imunizada, isto significa que 30% da população fica sem proteção. No caso da brucelose, que só permite uma vacina na vida do animal até oito meses, significa que 30% da população é suscetível a infecções o resto da vida. Esta revacinação aumenta a chance de cobertura vacinal e vai aumentar portanto a imunidade de rebanho. Eu vou para o trabalho com uma população suscetível muito menor — diz Faria.



Fonte: Ruralbr

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