28/2/2012
Deputados debatem Código Florestal na ESALQ

Para debater aspectos técnicos do Código Florestal, a Escola Superior de Agricultura ?Luiz de Queiroz? (ESALQ/USP) recebeu nesta manhã de 27 de fevereiro, os deputados federais Paulo Piau (PMDB-MG) e Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP).

Os convidados foram recebidos pelo diretor da Escola, José Vicente Caixeta Filho, e pelo professor Luiz Gustavo Nussio, do Departamento de Zootecnia (LZT), os quais apresentaram aos deputados e aos docentes presentes a Revista Visão Agrícola da USP/ESALQ. A publicação, que trata de temas envolvendo agricultura e sustentabilidade e que estará disponível ainda neste primeiro semestre, dedicou um espaço para o CódigoFlorestal. “Os coordenadores da revista, professores Gerd Sparovek e João Batista, convidaram autoridades, técnicos especializados nessa área, políticos e juristas para se posicionarem diante das questões do Código”, salientou Nussio, editor da revista.

Os professores Gerd Sparovek, do Departamento de Ciências do Solo (LSO), Ricardo Ribeiro Rodrigues, do Departamento de Ciências Biológicas (LCB), Pedro Henrique Santin Brancalion, do Departamento de Ciências Florestais (LCF), Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) e a pós-doutora Letícia Couto Garcia, do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (LERF), analisaram artigos do código e discutiram com os deputados.

Em outubro de 2011, a Escola recebeu os senadores Jorge Vianna (PT-AC), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Blairo Maggi (PR-MT) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) para discutir com uma equipe de professores da ESALQ alguns dos pontos mais complexos do Código Florestal. Segundo Mendes Thame, a reunião foi decisiva para grande parte das sugestões aprovadas no Senado. “Praticamente foi o único lugar onde os senadores estiveram”, afirmou o deputado. “Agora que a proposta volta para a Câmara, tomei a iniciativa de trazer aqui o redator do Código, deputado Paulo Piau, para que ele pudesse ter a oportunidade de ouvir dos professores daqui da Escola as mesmas observações que foram tão bem aceitas pelos senadores”.

Segundo o professor Martinelli, o Brasil é um país privilegiado por ser o único no mundo a possuir uma mega biodiversidade e uma agricultura tropical desenvolvida. Nesse contexto, diz ele, “o Código Florestal surge a fim de manter a agricultura produtiva e o ambiente protegido. O grande desafio é proteger todos os biomas. É importante compreender que quem vai se beneficiar com essa restauração é a própria agricultura”, explica.

O professor Brancalion destacou que o Brasil, hoje, é uma referência mundial em restauração de florestas tropicais. “Muitos professores e pesquisadores do mundo vêm pra cá para conhecer nossos modelos e levá-los para Ásia ou África. Nós já temos as ferramentas necessárias para que essa restauração ocorra”, enfatiza.

Nesse último encontro, o professor Ricardo Ribeiro Rodrigues entregou ao deputado Piau uma Carta Aberta assinada pelos presidentes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Bonciani Nader, e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis Júnior, e pelo coordenador do Grupo de Trabalho, José Antônio Aleixo da Silva, na qual são relatadas as sugestões para a melhoria do Código.

Ribeiro Rodrigues afirmou que há dois anos as discussões sobre o Código Florestal vêm sendo travadas, e agora, novamente, a ABC e a SBPC se manifestam, reiterando suas posições, por meio desse documento que pode ser acessado no site da SBPC (www.codigoflorestal.sbpcnet.org.br). “Certamente nós temos problemas na nossa legislação ambiental. O Brasil é um país agrícola, temos que produzir, mas com o diferencial da sustentabilidade. O instrumento necessário para que isso aconteça é o Código Florestal”, afirma.


Fonte: Portal do Agronegócio

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