31/3/2006
Arroba bovina sofre desvalorização desde o ano passado em MS


Alguns compradores chegaram a pagar em média R$ 42 pela arroba do boi gordo nas compras à vista e R$ 44 nas operações a prazo. A arroba da vaca atingiu R$ 36 nos pagamentos à vista e R$ 38 a prazo. No início de março a arroba do boi gordo chegava a R$ 44 à vista e R$ 46 a prazo. A melhor cotação da arroba da vaca era de R$ 42.

De acordo com Fransciso dos Santos, que atua comecializando gado no Estado, o mercado do boi não está se sustentando, uma vez que no final de cada mês os valores pagos pelos animais despencam influenciados pela queda no consumo. "Os consumidores reduzem as compras de carne no final do mês, quando o salário já foi praticamente todo utilizado com outras despesas, e isso causa impacto nos preços da arroba paga aos produtores", explicou.

Abates

A redução nos preços do boi também altera a programação de abates dos produtores. Diante da queda nos preços da arroba, os criadores seguram parte do rebanho que seria destinado ao abate e comercializam apenas o mínimo necessário para o cumprimento das obrigações financeiras.

Segundo Francisco dos Santos, quando a arroba está mais bem cotada é comum verificar no mercado vendas de cada produtor de até 500 cabeças aos frigoríficos, porém, ele afirma que com os preços praticados no final do mês, os criadores reduzem a matança de animais e enviam apenas de 20 a 50 animais para os frigoríficos. "Os produtores não estão vendendo para repor o rebanho, mas para fechar as despesas", comentou.

O desaquecimento das comercializações no final do mês contribuem ainda para que os preços não caiam ainda mais. Francisco dos Santos questiona, por exemplo, em que níveis estariam as cotações, caso os produtores continuassem a enviar 500 cabeças aos frigoríficos. "Se houvesse oferta excedente de animais os preços atingiriam preços ainda piores", estimou.

Em relação às projeções futuras dos preços da arroba, o cenário é favorável aos produtores que atualmente computam seis meses de arroba em baixa. As negociações internacionais para liberação das exportações da carne de São Paulo foram intensificadas e, segundo o Ministério da Agricultura, ainda em abril pode haver a reabertura das vendas para a Rússia e Egito. Francisco dos Santos acredita que, imediatamente, no início de abril, a arroba pode registrar recuperação, devido à retomada no ritmo do consumo de carne. Com a reabertura dos mercados à carne paulista, o setor prevê que a arroba chegue aos R$ 50,00 e, após a retomada das exportações da carne produzida em MS – estimada para setembro – os pecuaristas devem ser beneficiados com a cotação da arroba em torno dos R$ 60. "Na Bolívia a arroba está cotada a R$ 70 e no Paraguai já falam em R$ 55, sendo que a qualidade do produto é muito inferior em relação à carne brasileira, então, a partir dos mercados normalizados, não haverá como impedir a valorização da arroba em MS", finalizou. (fonte: Correio do Estado)


Fonte: Clube do Fazendeiro

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