14/2/2012
Semana decisiva para o Brasil na OIE

Entidade deve ratificar alteração do risco de vaca louca no Brasil para desprezível.

A Comissão Científica para Enfermidades dos Animais da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) avalia a partir desta segunda-feira, 13, até a próxima sexta-feira, 17, a alteração do status brasileiro de risco 2, controlado, para risco 1, desprezível, para a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca.

Após a entrega do relatório de rastreabilidade pelo governo brasileiro à OIE, em setembro, o grupo ad hoc BSE da entidade, integrado por cientistas, deu parecer favorável a alteração. “Considerando que a OIE nunca vetou uma análise técnica do grupo ad hoc, supõe-se que irá validá-lo”, afirma Fernando Sampaio, diretor executivo da Abiec.

Guilherme Marques, diretor do departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, faz uma avaliação mais cautelosa da situação brasileira. "Não podemos vender esta ideia do já ganhou. Já vencemos no primeiro passo, o mais importante, mas o segundo passo não é só uma questão protocolar", argumenta.

Se a validação for confirmada, o caso será encaminhado aos 174 países integrantes da OIE, que terão o prazo de 60 dias para questioná-la. Ao final do período, em maio, na reunião dos Delegados da OIE, em Paris, na França, a alteração poderá ser aprovada definitivamente. “Hoje, o risco 2, controlável, constitui uma classificação muito ampla, de 34 países, incluindo nações com casos recorrentes, como o Reino Unido. Com a mudança, o Brasil passaria a fazer parte do grupo seleto de 15 países, dentre os 174 membros da OIE”, analisa Marques.

A alteração favorece a retomada do mercado de tripas para a União Europeia, estimado em US$ 100 milhões anuais, segundo Sampaio. Outra oportunidade será o embarque de carne in natura com osso para a Turquia, que atualmente se utiliza do argumento do risco 2 para vetar a entrada do produto brasileiro. A Turquia consome US$ 250 milhões em carne bovina anualmente.

“Além dessas duas oportunidades mais prováveis, existem mercados de interesse para os quais a classificação de risco 1 não é determinante, mas contribui na negociação, como é o caso da carne in natura para os Estados Unidos e diversos produtos para os países asiáticos, como Taiwan, Filipinas e Indonésia”, projeta Sampaio.

Há também a expectativa, com a mudança, de exportar animais vivos para países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Paraguai. Grandes concorrentes, como Índia, Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Paraguai e Uruguai já são classificados como de risco desprezível. Segundo Antônio Camardelli, presidente da Abiec, a mudança deverá contribuir para o País aumentar em 20% a receita das exportações neste ano, para US$ 6,4 bilhões.



Fonte: Portal DBO

Voltar