29/3/2006
FAESC protesta contra invasões de terra


O vice-presidente Enori Barbieri pediu providências para o município de Campo Erê, no oeste do Estado, o mais recente alvo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Essa violência é perpetrada por grupos alheios ao universo rural que fazem desse crime – invasão, esbulho possessório e formação de quadrilha – a metodologia de intimidação e ameaça de instabilização social e política”, reclamou.

O dirigente mostra que Santa Catarina tem uma estrutura agrária tipicamente minifundista, onde mais de 80% dos titulares dos imóveis rurais são mini ou microproprietários que vivem da policultura – cultivam milho, soja, feijão, mandioca, frutas e criam gado leiteiro, aves e suínos – enfrentando com dificuldades as agruras de um mercado agrícola desprovido de proteções e salvaguardas. Reclama que, apesar desta caracterização, o MST insiste em protagonizar invasões de propriedades rurais sob o insustentável pretexto de pressionar o Governo federal a acelerar o Programa Nacional de Reforma.

Barbieri assinala que “a sociedade catarinense descobriu há muito tempo que esses grupos, apesar da bandeira que dizem desfraldar e defender, não têm nenhum compromisso com reforma agrária, com justiça social, com geração de trabalho, renda e emprego, enfim, com o desenvolvimento econômico.”

A invasão ocorrida na Linha Agroísa e a ameaça de invasão iminente de outras áreas, em razão de acampamento do MST ali levantado, levaram os produtores a adotar medidas de precaução e cautela para impedir novas ações, enquanto esperam que o Poder Judiciário determine a reintegração de posse da área ocupada. A Faesc alertou as autoridades que “a provocação e a ousadia do MST, seu notório desrespeito às normas constitucionais, aos poderes constituídos e aos princípios da democracia pode levar a um grave quadro de conflito.”

A Federação da Agricultura aponta, como “reflexo dessa trajetória de desrespeitos sem limites”, a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (Ibope) que revelou estar desgastada a imagem do MST junto à população. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas, em todo o País, e mostra que 76% dos entrevistados consideram que as invasões de terras promovidas pelo MST abalam a democracia brasileira. Na opinião de 56% dos entrevistados, as ações do movimento trazem mais resultados negativos do que positivos para o processo; 32% consideram que os resultados são mais positivos do que negativos e 13% não sabem ou não opinaram.

Repúdio

Para 53% dos entrevistados, a polícia deve ser utilizada pelo Governo para retirar integrantes do MST quando ocupam propriedades rurais. São contra 41% dos consultados e 6% não opinaram. Ao serem perguntados qual é o maior responsável pelos conflitos que atualmente ocorrem no campo, 42% apontaram a autoridade governamental, divididos em 31% pela ação do Governo Federal e 11% apontaram o Ministério do Desenvolvimento e Reforma Agrária (MDA). O MST tem culpa para 16% e os fazendeiros foram responsabilizados em 15% das respostas.

Esse quadro mostra que a população tem uma avaliação crítica em relação à atuação da administração federal na questão agrária. Questionados sobre postura do Poder Executivo, 39% dos entrevistados disseram que o Governo Federal é conivente com as invasões das propriedades rurais.

Outro dado que reforça esse cenário é que, para 67% dos entrevistados, o Governo Federal não tem controle da situação em relação às invasões. Apenas 21% disseram que sim. Em relação ao destino das famílias assentadas pelas ações de reforma agrária do Governo, 57% das pessoas ouvidas disseram que os assentados acabam vendendo ou alugando as terras para terceiros; 26% permanecem nas terras e 9% abandonam a propriedade. (fonte: MB Comunicação)


Fonte: Clube do Fazendeiro

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