1/8/2011
Pesquisa inédita quer conhecer melhor a raça nelore

Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) querem conhecer melhor a raça nelore para chegar a um animal mais compatível e resistente às condições do cerrado mineiro. Um trabalho para melhoria genética que acaba de começar e deve terminar em um ano.

No canto do curral, o gado recém-chegado é de três estados: Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Na fazenda experimental Capim Branco, da Universidade Federal de Uberlândia, animais puros de origem, da raça nelore, são estudados em uma pesquisa pioneira na região: de incentivo à pecuária sustentável.

A raça que veio da Índia, conhecida pelos pecuaristas também como 'ouro branco', apresenta rusticidade, boa produção de carne e representa hoje 70% do rebanho brasileiro. Apesar do cenário favorável os índices de exportação da carne ainda são baixos. De olho no mercado internacional, os touros são submetidos a pesquisas para melhoramento genético.

Na prova de desempenho individual 53 touros jovens, selecionados e com genética comprovada, são avaliados pela equipe de professores e alunos do curso de veterinária. O gado é pesado, medido e as informações anotadas para comparação mês a mês. Na primeira etapa, como o rebanho é de outros estados e fazendas da região, o período de adaptação por 70 dias é obrigatório.

Depois desta fase o gado segue para pasto aberto, onde a alimentação, durante dez meses, é livre. Após esse período vai para o sistema de confinamento onde ganha mais peso. A expectativa para o animal, que pesa entre 200 kg a 240 kg, é que ele atinja 450 kg em um ano.

Para ajudar nesse processo até o curral chama atenção. Feito de cimento, com plataformas e escadas, mede 42 metros quadrados e custa em torno de R$60 mil. Com capacidade para 130 animais tem formato de um círculo, diferente do convencional que tem pontas e madeira. É o segundo desse modelo no país. O primeiro fica na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). O vaqueiro Bolivar Marcelo Rezende explica que o modelo diminui o contato do homem com o animal, evita o stress e facilita o manejo.

O resultado do trabalho será apresentado em uma vitrine tecnológica da UFU no ano que vem. Ideia que agradou o pecuarista Paulo Roberto Cunha. Ele tem cinco touros inscritos no programa e acredita que só a aparência do animal não é sinônimo de lucro. É preciso saber mais sobre o rebanho.



Fonte: Portal Boi Pesado

Voltar