24/3/2006
Governo debate agricultura na próxima semana


O cenário de perda é ainda mais grave e os efeitos da crise agrícola começam a ser transferidos para os setores da indústria e de serviços e a afetar o crescimento econômico do país.

Há a convicção de que é necessário buscar solução para a agricultura porque nos Estados nos quais essa é uma das principais atividades há uma quebradeira maior, segundo Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura. Esses efeitos são sentidos principalmente no Sul, mas a crise também já e forte no Centro-Oeste, carro-chefe da produção de grãos.

O ministro diz que não há ainda uma estimativa do volume de dinheiro a ser transferido para a agricultura. Depende do Tesouro, da Fazenda e até da aprovação do Orçamento pelo Congresso.

Os R$ 6 bilhões divulgados na quarta-feira eram apenas uma estimativa se todos os impostos relativos à agricultura fossem reduzidos ou zerados, diz ele.

Câmbio, preços e custos de logística e de insumos desbalancearam a renda dos produtores, "que hoje já não conseguem pagar as contas", afirma Rodrigues.

Efeito dominó

Para o ministro, o governo está consciente de que é preciso minimizar o efeito dominó da crise agrícola que, se continuar, inibirá o avanço econômico neste ano.

Para mostrar como o quadro se deteriorou no campo, Rodrigues diz que a perda nos últimos três anos já é de R$ 30 bilhões. "Há uma sensação de grande desalento no campo", completou.

Outro dado que mostra a perda da capacidade de investimentos dos produtores é a estimativa de que nas safras 2005/6 (que está sendo colhida) e 2006/7 (a ser plantada no final de ano) a área de plantio do país deverá diminuir 10 milhões de hectares, o que corresponde a 25 milhões de toneladas de grãos.

Uma coisa é certa, na visão do ministro. As medidas de apoio devem vir logo. Quanto mais demorarem, maiores as seqüelas para o setor, segundo ele.

Quanto à permanência no cargo, as chances de continuar até o final do governo "são boas". Mas a mensagem das entrelinhas não dá tanta certeza: "Continuo movido pela esperança. Se não tiver esperança de que as coisas vão melhorar, paro e desço", afirma. (fonte: Folha Online)


Fonte: Clube do Fazendeiro

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