19/7/2011
Setor exportador de carne bovina do MT mostra recuperação

Apesar das notícias preocupantes vindas este ano de
importantes mercados compradores de carne mato-grossense como o Egito e a
Rússia, o desempenho do setor exportador de carne bovina do Estado do Mato
Grosso vem nos últimos tempos demonstrando recuperação, analisando-se a
receita total obtida com os envios.
De acordo com dados do Secex, as exportações mato-grossenses de carne
bovina no 2o trimestre de 2011 registraram um aumento de 12,5% em relação ao
trimestre anterior, contabilizando um volume exportado de 51.120 toneladas de
equivalente carcaça. A melhora também se deu em relação ao valor pago pela
tonelada da carne, que no 2o trimestre registrou alta de 6,9%, passando de US$
3.710,88 para US$ 3.965,86, o maior valor nominal da série histórica.
Com isso, a receita total obtida com as exportações do Estado no último
trimestre atingiu o valor record de US$ 203,1 milhões, e somada à receita dos
primeiros três meses do ano, resulta na maior receita semestral já obtida, com
US$ 371,6 milhões, superando o valor registrado no 2o semestre de 2010, quando
os embarques somaram US$ 368,9 milhões.

Apesar do volume médio embarcado de carne bovina de Mato Grosso em 2011 de
16,1 mil toneladas/mês ainda estar abaixo do registrado em 2010, de 18,3 mil
toneladas/mês, o valor do produto "puxou" o aumento das receitas. Dado que o
valor recebido pela tonelada em junho deste ano ficou em US$ 4.000,09, 37,3%
superior ao registrado em junho de 2010, quando era de US$ 2.914,25.
Assim, o desempenho no primeiro semestre supera em 18,76% a receita do
primeiro semestre de 2010, mesmo com um volume embarcado em 2011 de 96,5
milhões de toneladas, número 11,7% inferior ao mesmo período de 2010. Isso
graças à receita obtida no segundo trimestre, que se destacou, atingindo a
marca histórica. Enquanto isso, apesar dessa valorização no mercado
internacional, o preço pago pelo boi gordo ao produtor mato-grossense, entre
junho de 2010 e o mesmo mês deste ano, registrou uma valorização de apenas
16,6%.

O spread, a diferença entre o preço pago pelo boi gordo nos Estados de
São Paulo e Mato Grosso, é importante peça para a análise da oferta nas duas
praças. A variação dos preços da arroba do boi gordo à vista no mês de
junho, em comparação com o mês anterior, tanto em São Paulo quanto em Mato
Grosso, apresenta desvalorização de 3,18% e 3,21%, respectivamente. Em junho o
spread entre eles obteve um ligeiro aumento de 14,04% para 14,07%, evidenciando
uma queda menor na arroba paulista.
No mês de julho, até o dia 15, com o avanço da estiagem, o preço da
arroba passou a registrar valorização de 0,56% em Mato Grosso e 0,11% em São
Paulo. Com isso, o diferencial entre os dois índices recuou para 13,56%, queda
de 0,51 p.p. com relação ao mês anterior, sinalizando para uma oferta de
animais terminados levemente mais restrita até agora em Mato Grosso.

Com acréscimo de 0,39%, a arroba do boi gordo encerrou a semana cotada a
R$ 85,98, valorização de R$ 0,34/@, em relação à semana anterior. Seguindo
o mesmo ritmo, houve aumento no preço médio da vaca gorda de 0,38%, que fechou
a semana cotada a R$ 77,64/@.

Noroeste: A arroba do boi gordo na região noroeste finalizou a semana
custando R$ 85,52, aumento de 0,69% em relação à semana passada. Houve
negócios à vista em Juara de R$ 86,00/@.

Norte: O boi gordo comercializado na região norte encerrou a semana com o
preço médio de R$ 86,37/@, um acréscimo de R$ 0,37 sobre a semana anterior.
Houve negociações na cidade de Nova Canaã, à vista, de R$ 87,00/@.

Nordeste: Com pequena valorização de 0,03%, a arroba do boi gordo na
região nordeste ficou cotada a R$ 83,63, com negócios chegando a R$
85,00/@ à vista em Água Boa, na última quinta-feira.

Médio-Norte: No médio-norte a arroba do boi gordo foi cotada a R$ 86,08,
variação positiva de R$ 0,34 na semana, com melhor preço à vista de R$
90,00, em São José do Rio Claro.

Oeste: O boi gordo comercializado na região oeste foi cotado a R$ 86,75/@,
obtendo alta de R$ 0,91/@ em relação à média da semana anterior. Negócios
foram realizados à vista nos municípios de Rio Branco e Jauru a R$ 88,00/@, na
sexta-feira.

Centro-Sul: Com valorização de 0,20%, a arroba do boi gordo na região
centro-sul fechou a semana com preço médio de R$ 87,48. Os pagamentos à vista
das melhores negociações ocorreram nas cidades de Cuiabá e Tangará da
Serra, com a arroba custando R$ 87,00 e R$ 90,00, respectivamente.

Sudeste: A única região do Estado que obteve desvalorização na arroba
do boi gordo nesta semana foi a sudeste, com ligeira queda de 0,08%, e encerrou
a semana com a arroba cotada a R$ 86,40. No entanto, as negociações melhoraram
em algumas praças, com os negócios à vista em Barra do Garças a R$ 87,00/@.

REPOSIÇÃO: Desde o mês de março o número de animais, machos com mais
de 24 meses, transportados no Estado subiu de 124.825 para 222.046 cabeças,
representando aumento de 77,9%. E na comparação com o mesmo mês de 2010
registrou aumento de 26,7%. Esse aumento no transporte serve como indicativo de
um maior volume de negócios. Sendo assim, o preço do boi magro (12@) destinado
à reposição ou confinamento mês de maio, fechou com média de R$
1.091,85/cab., representando uma valorização de 19,7% no período de 12 meses.

A arroba do boi gordo na comparação de maio com o mesmo mês de 2010
obteve valorização de 21,2% com a média de R$ 88,05/@. Com o início do
trabalho nos confinamentos, gera-se aumento na demanda pelo animal, sustentada
pela melhor remuneração do boi gordo neste ano.

No mês de maio ocorreu a etapa da campanha de vacinação contra a aftosa
em Mato Grosso, que tornou a imunização obrigatória para bovinos e bubalinos
de 0 a 24 meses de idade. Em abril, o preço médio da vacina Aftobov ficou em
R$ 1,53/dose, o maior registrado na série a partir de janeiro de 2009,
acumulando valorização de 35,86% no preço médio.
A relação de troca entre o preço da dose com a arroba do
boi gordo, em maio, ficou em 57,61 doses/@, registrando queda de 6,11% em
relação a junho de 2011. Ou seja, compravam-se 57,61 doses de Aftobov com a
venda de uma arroba de boi gordo. Essa redução na relação de troca em maio
é justificada pela valorização no preço da vacina de 2,47% e pelo
decréscimo no preço da arroba do boi gordo de 3,80%, em relação ao mês
anterior.

MERCADO FUTURO: O contrato futuro de boi gordo, com vencimento para outubro
de 2011, continuou a operar em alta nesta semana. As cotações acompanharam as
altas registradas no mercado físico, que segundo o indicador Cepea/Esalq
passaram de R$ 96,39/@ na segunda-feira para R$ 98,26/@ na sexta-feira
acumulando alta de 1,94% na semana. O papel, que abriu a segunda-feira negociado
a R$ 104,41/@,, obteve alta de R$ 0,59, encerrando o mesmo dia a R$ 105,00/@.
E assim o contrato operou pelo restante da semana, com grande
parte dos negócios sempre acima dos R$ 105,00/@ as máximas diárias se
aproximando da resistência na casa dos 106,00/@. Na sexta-feira, com u
contratos negociados, o papel encerrou estável a R$ 105,80/@. As informações
partem da Assessoria de Imprensa do Instituto Mato-Grossense de Economia
Agropecuária.



Fonte: Portal Site da Carne

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