16/6/2011
Frigoríficos deixam de embarcar carne para Rússia hoje

Abipecs diz confiar em solução rápida para o embargo russo.

A partir desta quarta-feira (15/06), 85 frigoríficos localizados no Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso estão proibidos de embarcar carnes para a Rússia. Apesar do anúncio da suspensão ter sido feito por Moscou há duas semanas, o Brasil só oficializou ontem o pedido de revogação da restrição. "O Ministério da Agricultura e o setor exportador estão confiantes em que as negociações serão bem sucedidas e que o embargo será suspenso", informou o governo.

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, reconheceu que a situação é "muito grave e muito difícil" e que conta com o Itamaraty para tentar reverter a situação de forma diplomática. Os comunicados oficiais, tanto do Brasil, quanto da Rússia, indicam que chegar numa solução não será fácil.

Os importadores sugeriram, em nota, que uma próxima rodada de negociações seja realizada no final do mês. O Brasil quer, entretanto, uma reunião já na próxima semana. Os dois países também não chegam a um consenso em relação ao envio de documentos que comprovem a sanidade da produção doméstica de animais.

A agência sanitária russa (Rosselkhoznadzor) disse que solicitou, em 21 de abril, a correção de violações detectadas durante a inspeção e pediu garantias razoáveis de cumprimento das exigências e normas necessárias, a fim de evitar restrições em larga escala. "Até agora não foi recebida resposta a essa proposição", disse o órgão.

O Brasil, contudo, afirmou que todas as "não conformidades" com as normas da União Aduaneira foram totalmente atendidas e os procedimentos adequados aos requisitos russos.

Abipecs
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, disse confiar na capacidade do governo brasileiro em encontrar uma solução para o embargo da Rússia às carnes brasileiras.

Camargo Neto participou da reunião do governo brasileiro com outras entidades do setor no último dia 6 de junho, em Brasília. Na ocasião, foi decidido seria enviada uma nova missão à Rússia dali a 15 dias, no máximo, para tentar reverter o mal estar entre os dois países na questão. "É essencial, porém, que o Ministério da Agricultura responda formalmente os questionamentos do governo russo. Sem isso, fica difícil a Rússia alterar o quadro de embargo. Toda urgência é necessária", destaca Camargo Neto.




Fonte: Portal Revista Globo Rural

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