22/3/2006
Biólogo populariza cordeiro no Estado de São Paulo


A fazenda Santa Maria, em Itapira (SP), por mais de 13 anos tinha como principal atividade produção de leite de vaca, mas os baixos preços de mercado fizeram com que Zaterka procurasse outra atividade. "Comecei a pesquisa e vi que as instalações da fazenda poderiam ser facilmente adaptadas para a criação do cordeiro, cuja procura estava crescendo no mercado".

Atualmente ele possui 600 matrizes e trabalha com desmama precoce, cruzamento industrial e confinamento Preocupado com a qualidade do produto que chega à mesa do consumidor final, Zaterka criou há dois anos uma sala de cortes específica para ovinos. "Naquela época, eu sabia muito pouco de cortes de cordeiro. Fui atrás de conceituados chefes de cozinha em São Paulo que trabalhassem com a carne de cordeiro. Além disso, procurei literatura específica sobre o assunto e a Universidade de Lavras (MG)".

O biólogo treinou pessoalmente os oito funcionários que fazem 20 diferentes cortes. O produto é embalado a vácuo e passa por um processo de congelamento rápido (20 minutos), o que permite 12 meses de validade.

A falta de abatedouros adequados e específicos para os ovinos levou Zaterka há seis meses inaugurar um frigorífico, com a marca Clube do Cordeiro. Para que fosse instalado no padrão internacional e referência no Estado era preciso uma série de documentos e exigências de diversos órgãos de fiscalização. Todo o processo de instalação foi por meio do programa SAI (Sistema Agroindustrial Integrado), do Sebrae em São Paulo.

"Não existia nenhum projeto especifico sobre abatedouros e frigoríficos de ovinos. Praticamente o projeto foi todo meu com a ajuda do Sebrae, que trouxe veterinários, técnicos e engenheiros". O Clube do Cordeiro abate semanalmente 200 animais, produzindo 3 mil quilos de carne com osso. Segundo o empresário, 50% desse volume é prestação de serviço (abate para outras marcas).

Zaterka participou na semana passada da 3ª Internacional de Caprinos e Ovinos, que aconteceu em São Paulo. No evento, ele lançou a linha de embutidos de ovinos, como hambúrguer, almôndegas e lingüiças. A expectativa do empresário é que em dois anos a marca Clube do Cordeiro já esteja exportando. A dificuldade está na burocracia em conseguir o Selo de Inspeção Federal. "Já temos o Selo de Inspeção Estadual e vendemos para todo o Estado de São Paulo e pleiteamos o selo federal".

A fazenda Santa Maria possui 45 alqueires, sendo 13 preservados como reserva ambiental. O sangue que é produzido no abatedouro é captado através de canos e levado até lagoas anaeróbicas e aeróbicas. As bactérias consomem todo o sangue. Depois do processo, o único resíduo é coletado por uma caixa de alvenaria, processado e lançado na lavoura de milho como adubo. As víceras são retiradas por uma empresa contratada, que visita a fazenda todos os dias para levar o que não é aproveitado.

O couro é retirado dos animais e vendido para uma empresa, que leva o material para receber tratamento na Bahia. O empresário vem estimulando empresários locais a investirem em um curtume específico de couro ovino, garantidos a eles 900 peles por mês a um preço acessível.

O cordeiro ideal, segundo Zaterka, deve ter no máximo 6 meses de idade e pesar entre 35 e 40 quilos em pé. Atualmente o frigorífico paga o quilo da carcaça abatida R$ 8,00. Entre as vantagens da criação de ovinos em relação a bovinos, o biólogo exemplifica: um boi come quantidade equivalente ao que come 15 ovelhas; o período de gestação de uma vaca é 9 meses, da ovelha 5. Um garrote precoce está no ponto de abate aos 2 anos, uma ovelha com 5 meses. Em um alqueire é possível criar até 80 animais. (fonte: Agência Sebrae de Notícias )


Fonte: Clube do Fazendeiro

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