9/3/2011
MT aumenta participação nas exportações de cortes bovinos

Levantamento da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) mostra que no ano passado a participação do Oriente Médio nas exportações mato-grossenses de cortes bovinos foi de 28,29% em volume comercializado (US$ 312,62 mil). No caso específico do comércio da carne – todos os tipos de produtos desse segmento – Mato Grosso exportou ao bloco do Oriente Médio 96 mil toneladas. Da arrecadação total de carne ao bloco árabe-judaico, 75,7% foram auferidos pela venda de carne bovina.

Aos países do Oriente Médio foram destinados 28% do total das vendas de carne, sendo os principais países compradores do bloco a República Islâmica do Irã e a Arábia Saudita, cujos embarques corresponderam a 75% dos valores exportados de carne.

O Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura não atua em certificações de cunho religioso, como a halal. No entanto, todo estabelecimento, independentemente do tipo de abate realizado, conta com fiscais que examinam as áreas dos matadouros e frigoríficos e verificam o cumprimento de itens de higiene, documentação do estabelecimento e condições de saúde do animal.

O mercado halal em todo o mundo é estimado em mais de US$ 400 bilhões, com crescimento de 15% ao ano. Pelo menos metade dos US$ 480 bilhões anuais movimentados pelo mercado halal vêm dos países árabes, tanto dos localizados no Oriente Médio, como os países africanos, como Marrocos e o Egito. Os empresários vêem o sistema de abate como vantagem competitiva para as indústrias brasileiras.

Estatísticas mostram que os países árabes importam cerca de US$ 70 bilhões de produtos agroindustriais e que o Brasil supra apenas 10% desse total. Acredita-se que é possível abocanhar fatias maiores desse mercado, desde que se preste mais atenção à importância da agregação de valor aos produtos. Nesse fluxo, as carnes halal apresentam esse diferencial, na opinião do secretário da entidade.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Pratini de Moraes, esse aumento das exportações brasileiras de carne bovina se deve ao fato de o Brasil estar estruturado para atender às exigências sanitárias e religiosas, na forma do abate halal. "Nós temos frigoríficos especializados no abate para países muçulmanos", disse.

JUDEUS - Em menor escala no Brasil, mas seguindo princípios semelhantes aos do halal, a certificação kosher (ou kasher) é feita especificamente para atender consumidores judeus. O termo se aplica a alimentos preparados de acordo com as normas alimentares da religião judaica, a kashrut. O abate de bois e aves é supervisionado por um rabino e, assim como na religião muçulmana, denota a conexão entre o homem e Deus por meio da alimentação.

De acordo com a doutrina judaica, os alimentos ingeridos são absorvidos por todo o corpo, afetando atributos da personalidade. Para os adeptos à religião, aves de rapina e suínos têm o poder de acentuar a agressividade e estão proibidos pelo Torá, o livro sagrado dos judeus.

A degola também é a base do abate kosher, realizado com instrumento específico para o corte das artérias carótidas e veias jugulares. O ritual leva o nome de schechitá e os sacerdotes responsáveis são chamados de shocatim. A saúde do corpo e da alma, tanto do animal, quanto de quem vai consumir a carne, é importante para um povo com mais de trinta séculos de tradições.

O sistema vem das origens do povo de Israel e visa diminuir ao máximo o sofrimento do animal. A lei judaica proíbe o abate na presença de outros animais para evitar que presenciem a aflição da espécie. A ingestão do sangue também não é bem vista pela religião. Após a morte do animal, a carne é salgada com o propósito de absorver todo o líquido, conservá-la e protegê-la de micróbios. (MM)



Fonte: Portal Agrolink

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