21/2/2011
Cruzamento industrial gera gado de qualidade.

Técnica reúne características de diferentes raças em uma
Um dos assuntos abordados no Show Tecnológico de Verão da Fundação ABC, em Ponta Grossa (PR), nos dias 16 e 17 de fevereiro, será a mais nova ferramenta usada por produtores para aproveitar os benefícios obtidos com a heterose: o cruzamento industrial. A nova técnica permite aproveitar as melhores características das raças materna e paterna, e reuni-las em um indivíduo.

Com a nova técnica, o produto gerado de um cruzamento tem um potencial maior, em termos de ganho de peso, do que a média dos pais - disse José Lázaro da Rocha, pesquisador do programa Produção Animal, do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR).

Além do ganho de peso, há ainda um aumento da produção de leite, no caso das fêmeas. A precocidade sexual, responsável para quem busca a maciez da carne, também tem sido observada. De acordo com o coordenador José Lázaro, um dos maiores ganhos para o pecuarista é a capacidade de direcionar o animal a produzir as características que o mercado deseja.

Há raças que podem ser usadas como reprodutoras, no caso dos machos. Se o pecuarista preferir, também pode fazer uma criação de raças onde se expressa a habilidade materna. Há ainda a opção de investir em bezerros, gerando uma raça possua baixo peso na hora do nascimento - falou Rocha.

O cruzamento industrial é destinado a diversos pecuaristas, mas, segundo o coordenador, os mais beneficiados são os engordadores e os produtores de bezerros. Estes últimos podem investir nas fêmeas, onde se expressa a habilidade materna, ou seja, um bom potencial para produzir leite e, assim, fazer com que o bezerro adquira peso mais facilmente e esteja pronto para o abate mais cedo.

No Brasil, várias raças foram originadas a partir desse cruzamento, como a Canchim, que conta com uma proporção da raça Nelore e uma da raça Charolês. Existe ainda a raça Purunam, desenvolvida pelo IAPAR e formada a partir de quatro raças: a Aberdeen, cuja característica é a precocidade sexual, peso baixo dos bezerros e maciez da carne; a Canchim, robusta e de grande potencial de ganho de peso; a Caracu, que apresenta rusticidade e habilidade materna; e a Charolês, que também tem potencial de ganho de peso.

Mas para que a técnica atinja o resultado esperado, o animal precisa contar com uma dieta balanceada. De acordo com José Lázaro, para que um animal expresse todo o seu potencial de ganho de peso, o pecuarista deve investir e monitorar toda a parte de alimentação. Segundo ele, nos trabalhos realizados pelo IAPAR na fazenda modelo, o gado em confinamento tem atingido um ganho de peso médio de 1,6 kg ao dia.



Fonte: Portal Boi Pesado

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