11/2/2011
Tecnologia, rastreabilidade e preservação ambiental sustentarão o aumento das exportações brasileiras de carne bovina.

A crescente demanda interna e externa pela carne bovina produzida pelo Brasil vai alterar o atual modelo de produção, com mais investimentos em tecnologias, novo padrão de rastreabilidade, defesa sanitária eficiente e preservação ambiental. Juntos, esses itens garantirão a qualidade e o aumento da participação do produto brasileiro no exterior, cujas vendas devem aumentar 8,1% em 2011 para atender o comércio mundial, que comprará 2,1% a mais de carne bovina, segundo projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).



Esse cenário de crescimento da produção de carne bovina foi apresentado, hoje, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), durante o lançamento oficial do Congresso Internacional da Carne, que acontece em junho, em Campo Grande (MS). “Temos todas as condições de aumentar as exportações e sem prejudicar o mercado interno. Possuímos tecnologias avançadíssimas para ampliar a produtividade e a quantidade de animais confinados, que caiu 20% em 2010, vai ser recuperada neste ano”, enfatizou o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira.



Ele reforçou que a participação da carne bovina brasileira pode ser ainda maior com ações como a erradicação da febre aftosa, condição sanitária que pode abrir mais mercados para a carne brasileira, como é o caso dos países do Nafta, Ásia e Oceania. Outro fator que poderá impulsionar as vendas é a retomada do ritmo de comércio com a União Européia, fluxo que caiu de 27% das exportações brasileiras em volume, em 2007, para cerca de 5%, em 2010. A queda reflete as limitações impostas ao bloco às importações do Brasil devido às dificuldades do País em implantar as normas de rastreabilidade do rebanho. O mercado interno tem absorvido o produto que deixou de ser vendido para a União Européia, o que evitou maiores prejuízos ao setor.



Há expectativa positiva também em relação à conclusão das negociações em torno de um acordo comercial entre Mercosul e União Européia. A proposta dos países do Mercosul para o acordo é de uma cota para exportação de 300 mil toneladas para o bloco, que tem necessidade de importar 500 mil toneladas por ano. Entre os países do Mercosul, o Brasil pode contribuir, sozinho, com 70% da quantidade total.



Para consolidar sua posição no mercado externo, o Brasil quer, ainda, reforçar no mercado internacional a posição de cumpridor das leis ambientais, sanitárias e trabalhistas. “Queremos mostrar que o produtor brasileiro não é o vilão do desmatamento, do aquecimento global e das doenças consideradas de risco”, afirmou o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ademar Silva Júnior.



A verdadeira imagem da pecuária brasileira será um dos principais temas que serão abordados no Congresso Internacional da Carne. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, que participou da entrevista coletiva, o evento será uma oportunidade de quebrar paradigmas colocados para a sociedade sem base científica, que prejudicam o segmento da carne bovina. “Queremos mostrar a real relação entre produção e meio ambiente, pois não há dicotomia entre esses dois fatores, já que a preservação ambiental é fundamental para a atividade do pecuarista”, afirmou.



Fonte: Portal Grupo Cultivar

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