26/10/2010
Exportações de couros movimentaram US$ 1,3 bilhão em 2010, mas caíram 17% em setembro


As exportações brasileiras de couros somaram US$ 1,3 bilhão nos nove meses de 2010, receita 65% superior à do ano passado, período comprometido pelos efeitos da crise mundial, mas caíram 17% em setembro, para US$ 127,7 milhões, em comparação ao mês anterior. Em volume de peças, os embarques, embora tenham crescido 15% no acumulado, diminuíram 16% ante o mês de agosto e quase 20% em relação a setembro de 2009. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior.

“Ao fazermos uma avaliação realista, levando em conta os últimos três meses deste ano, chegamos à conclusão de que, dificilmente, o setor curtidor conseguirá manter o ritmo atual de exportar US$ 160 milhões/mês, devido ao contínuo aumento do enfraquecimento da moeda norte-americana que vem castigando duramente a indústria curtidora”, alerta o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.

Nas condições atuais uma recuperação da competitividade do setor curtidor se torna problemática, devido principalmente à queda do dólar em relação ao real, atingindo valores inferiores a R$ 1,67, taxa mais baixa desde setembro de 2008, auge da crise econômica.


Segundo Goerlich, a supervalorização se tornou uma doença endêmica para o setor exportador, cenário agravado, acrescenta, pelos já conhecidos fatores do ‘Custo Brasil’ – altas taxas de juros, pesada carga tributária, falta de capital de giro, excessiva burocracia e o ‘apagão logístico’ dos portos. “Somente com a superlotação, os altos custos e a demora nos portos, que redundam em cancelamento de navios pelos armadores, os prejuízos são estimados entre US$ 150 e US$ 200 milhões”, salienta o presidente do CICB.

De toda forma, o setor curtidor vem reforçando iniciativas para valorizar cada vez mais o couro nacional no exterior, a exemplo da bem-sucedida campanha “Brazilian Leather”.

O programa, conduzido pelo CICB em parceria com a Apex-Brasil, agência vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, renovado em julho, tornou-se uma referência no setor e seus resultados positivos já influenciam expressivamente a imagem do nosso couro e as vendas externas, afirma Wolfgang Goerlich.



Itália, China, Hong Kong e Estados Unidos são os principais destinos do couro nacional; Brasil também aumenta exportações para Cingapura, Uruguai, Paraguai, Grécia, El Salvador, Eslováquia e Croácia



De janeiro a setembro de 2010, os principais mercados do couro brasileiro foram a Itália, com US$ 284,73 milhões (21,80% de participação e crescimento de 63% ante o período anterior) – país que retomou em agosto o primeiro lugar de destino do produto nacional –, China, com US$ 281 milhões (21,51% de participação e aumento de 47%), Hong Kong (US$ 156,9 milhões, 12% de participação e elevação 49%), e Estados Unidos, US$ 145,26 milhões (11,12% e salto de 119%).



No acumulado do ano, Alemanha (US$ 40,3 milhões),Vietnã (US$ 38 milhões), México (US$ 30,8 milhões), Coréia do Sul (US$ 30,14 milhões), Indonésia (US$ 28,4 milhões), Holanda (US$ 25,79 milhões), e Tailândia (US$ 21,43 milhões) foram outros importantes destinos das exportações brasileiras.



Entre outros países que aumentaram as aquisições do couro nacional no período, destacam-se: Cingapura que aumentou 13,45 vezes importando

US$ 15,18 milhões; Uruguai (27,53 vezes, US$ 7,77 milhões), Paraguai (147%, US$ 5 milhões) e El Salvador (360,55 vezes, US$ 473,41 mil). Outros três países também importaram mais peças do Brasil: Grécia, que comprou 15 vezes a mais, US$ 423,22 mil, Eslováquia (37,44 vezes, US$ 154,26 mil) e Croácia (11,16 vezes, US$ 109,5 mil).



No ranking dos estados exportadores nos nove meses de 2010; Pará, Santa Catarina, Rondônia e Sergipe aumentam embarques de couros



O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros nos nove meses do ano ante o mesmo período de 2009 reafirma a liderança de São Paulo como maior exportador nacional (US$ 384,3 milhões, participação de 29,43% e aumento de 112%), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 339 milhões, participação de 25,96% e crescimento de 58%),

Ceará (US$ 125,13 milhões, 9,58% e crescimento de 49%), Paraná (US$ 124,17 milhões, 9,51% e aumento de 92%).



Os demais estados são Bahia (US$ 79,65 milhões), Mato Grosso (US$ 75,85 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 46,82 milhões), Goiás (US$ 43,12 milhões), Pará (US$ 24,58 milhões) e Minas Gerais (US$ 22,3 milhões). Cabe ressaltar o crescimento significativo no período das exportações do Pará (233%), Santa Catarina (93%, US$ 19,87 milhões), Rondônia (86%, US$ 11,68 milhões) e Sergipe, que aumentou 636%, saltando de US$ 203 mil para US$ 1,49 milhão.

Fleury Tavares
Comunicação CICB
(11) 5092-3746
fleury77@terra.com.br


Fonte: Portal Cultivar

Voltar