9/8/2010
Exportações de couros somaram US$ 1 bilhão até julho


As exportações brasileiras de couros somaram US$ 1 bilhão no acumulado dos sete meses deste ano, registrando um aumento de 74% em relação ao mesmo período de 2009. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base nos dados da prévia da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior.




“A despeito do crescimento no acumulado, a receita de US$ 143 milhões dos embarques em julho foi 13,33% menor em relação ao mês anterior, reflexo dos problemas financeiros ocorridos nos mercados internacionais, com foco na crise da União Européia”, analisa o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich. Segundo o executivo, “o valor contabilizado ao longo de 2010, no entanto, já sinaliza uma recuperação das vendas externas de couros, que podem fechar o ano ao redor de US$ 1,7 bilhão”, estima o presidente do CICB.



Goerlich observa que tal receita significa um crescimento de quase 51% em comparação às vendas externas de 2009, aumentando de maneira relevante a contribuição da indústria curtidora no saldo para a balança comercial brasileira, ainda que se situe aquém do patamar das exportações em 2007, o ano pré-crise, quando atingiram o montante US$ 2,2 bilhões.



A retomada das vendas externas, entretanto, ainda é inibida pela supervalorização do real, pelos obstáculos representados pelo chamado “Custo Brasil” (forte carga tributária, taxas de juros elevadas, gargalos logísticos), pela a lenta reação de importantes mercados de consumo e, mais recentemente, pelos reflexos da crise européia.



Para manter sua posição no mercado internacional, a indústria brasileira, uma das maiores exportadoras mundiais de couros, vem diversificando cada vez mais seus mercados e aumentando a oferta de produtos mais sofisticados, de maior valor agregado. Ao mesmo tempo são reforçadas iniciativas para valorizar cada vez mais o couro nacional no exterior, a exemplo da bem-sucedida campanha “Brazilian Leather”.

O programa, conduzido pelo CICB em parceria com a Apex-Brasil, agência vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, renovado em julho, tornou-se uma referência no setor e seus resultados positivos já influenciam expressivamente a imagem do nosso couro e as vendas externas, afirma Wolfgang Goerlich.



“Desde 2000, que marca o inicio do convênio, até este ano, conseguimos aumentar a quantidade dos couros exportados anualmente de 14,6 milhões para 24 milhões, um aumento de 164% e, o que é mais importante: a parcela de couros com maior valor agregado cresceu 279%”, diz ele, lembrando que o número de países importadores do couro brasileiro aumentou de 68 para 90.



O setor curtidor é de grande importância para a economia brasileira. Vale lembrar que a cadeia produtiva do couro, que envolve os segmentos de curtumes, calçados, componentes, máquinas e equipamentos para calçados e couros, artefatos e artigos de viagem em couro, reúne 10 mil indústrias, gera mais de 500 mil empregos e movimenta receita superior a US$ 21 bilhões de dólares por ano.




Fonte: Portal Cultivar

Voltar