4/8/2010
Imea reduz projeção de confinamento em MT e prevê queda de 15%


Para especialista, confinar requer atenção especial e manejo específico
Agência Estado

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), vinculado à Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), prevê redução de 15,7% na criação de gado em regime de confinamento no Estado na entressafra deste ano. Segundo o segundo levantamento do ano a respeito da atividade, divulgado hoje, no ano passado foram confinados 637.983 animais e, neste, serão 537.897 cabeças. Na primeira pesquisa sobre a intenção de confinamento, feita em maio, o instituto previa redução de 7% no número de animais confinados, para 583.190.

Os técnicos do Imea constataram que das 207 propriedades identificadas no levantamento, 152 já estão com o gado em confinamento e 55 não vão colocar nenhuma cabeça em suas instalações. A única região de Mato Grosso que registrou aumento no confinamento neste ano foi o médio-norte, onde houve acréscimo de 7,1%. Nas demais regiões, o número de animais confinados diminuiu, com destaque para o noroeste, que teve queda de 44,94%.

Os técnicos do Imea observam que, mesmo com o recuo de 8,3% no efetivo de animais confinados, a região sudeste mato-grossense deve ter a maior participação, com a previsão de 161 mil cabeças. O levantamento mostrou que em relação às operações de hedge, que são utilizadas como forma de seguro contra o risco de queda de preço, o contrato a termo feito com os frigoríficos respondeu por 8% do total e 14% é a parcela do contrato futuro feito na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).

Na opinião do superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, a queda no número de animais confinados demonstra que o pecuarista está percebendo ano a ano que o confinamento é um negócio bem diferente do sistema produtivo tradicional, pois requer atenção especial, com gestão profissional, manejo especifico e investimento em estrutura. Ele explica que o produtor tem que fazer muitas contas até tomar decisão de confinar. Vários fatores devem ser considerados para ver se compensa ou não o investimento, como preço do garrote, custo do processo e perspectiva de preços. Apesar disso, ele prevê uma expansão futura na atividade.

– Mesmo com a queda de animais confinados, esse é um negócio que tende a crescer – diz ele.

O superintendente do Imea, Otávio Celidônio, afirmou que o levantamento demonstra que neste ano a distribuição dos abates dos animais confinados está mais equilibrada em relação ao ano passado, mas as maiores entregas continuarão ocorrendo nos meses de setembro, com previsão de 20,6%, e outubro, com 24,3% do volume total. Luciano Vacari prevê que a taxa de ocupação da capacidade de abate dos frigoríficos sob inspeção federal em Mato Grosso, deve atingir no mês de outubro 31% das unidades disponíveis a partir da oferta dos animais oriundos dos confinamentos.



Fonte: AGÊNCIA ESTADO

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