12/4/2010
Receita com exportações de carne suína aumenta quase 8% no primeiro trimestre


Rússia, Hong Kong, Ucrânia, Argentina e Cingapura foram os principais mercados para o produto brasileiro em março
As exportações de carne suína, em março, totalizaram 50.110 toneladas, volume muito próximo às 51.007 toneladas exportadas em março de 2009. A receita com exportações atingiu US$ 119,50 milhões, um aumento de quase 15% em relação ao valor apurado no mesmo mês de 2009, resultado de significativa alta de preços.

De janeiro a março de 2010, as 125.466 toneladas embarcadas ainda são inferiores às 134.800 toneladas do primeiro trimestre de 2009. Porém, a receita obtida, de US$ 293, 77 milhões, já é superior em quase 8%, em função dos preços.

— Permanece certo otimismo com o desempenho de 2010; o volume exportado até agora está próximo ao do mesmo período de 2009. A receita, porém, é significativamente superior. Também no mercado interno, os preços do suíno vivo e da carne suína têm acompanhado o movimento de alta — analisa Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

Rússia, Hong Kong, Ucrânia, Argentina e Cingapura foram os principais mercados para a carne suína brasileira, em março. Para a Rússia, foram embarcadas 21, 67 mil toneladas, uma queda de 7,49% em relação ao mesmo período de 2009. Em valor, porém, houve um aumento de 16,76% (US$ 57,40 milhões).

China
Nesta semana, a visita ao Brasil do presidente chinês, Hu Jintao, deve ajudar a tramitação do processo de abertura daquele mercado para as exportações de carne suína.

O processo tramita há vários anos e encontra-se em fase final. O presidente da Abipecs recebeu o compromisso do governo federal de incluir esse tema na pauta bilateral para garantir rapidez nesta fase adiantada do processo.

O ministro Wang Yong, da AQSIQ, órgão da administração chinesa responsável pela habilitação de frigoríficos, estará em Brasília para presidir, nos dias 15 e 16, a 2ª Sessão da Subcomissão de Supervisão da Qualidade, Inspeção e Quarentena, juntamente com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.

Algodão e suínos
— Outro fato relevante para as exportações futuras foi a decisão do Estados Unidos, no bojo do acordo referente ao contencioso do algodão na Organização Mundial do Comércio (OMC), de reconhecer o estado de Santa Catarina como região livre de febre aftosa, de peste suína clássica e africana, bem como de enfermidade vesicular suína — disse Camargo Neto.

Os EUA deverão colocar em consulta pública, por 60 dias, o resultado da análise de risco sanitário e a proposta de abertura do seu mercado para importações. Isso acontecerá na próxima sexta, dia 16. Trata-se de uma etapa obrigatória prevista na legislação norte-americana.

Após a obtenção do certificado de livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), em maio de 2007, o Brasil solicitou a habilitação a inúmeros países, entre eles os EUA. Missão veterinária do Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS), autoridade sanitária dos EUA, visitou Santa Catarina em abril de 2008, coletando informações para estudo de análise de risco da eventual abertura de mercado. Desde dezembro de 2008, já se sabia, informalmente, que o estudo confirmara a sanidade do estado de Santa Catarina.

Durante o ano inteiro de 2009, o Ministério da Agricultura, a embaixada do Brasil em Washington e a Abipecs cobraram, insistentemente, dos EUA, o próximo passo do início da consulta pública. O presidente da Abipecs visitou Washington três vezes, em 2009, para tratar do tema. Também houve permanente ação do consultor da Abipecs, John Reddington, na capital dos EUA.

— A abertura do mercado norte-americano não deve representar aumento de exportações, pois a competitividade da suinocultura local é equivalente. Representa, porém, importante chancela técnica da sanidade do estado de Santa Catarina, o que deverá trazer reflexos internacionais positivos — afirma Pedro de Camargo Neto.


Fonte: Canal Rural

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