14/3/2006
Sojicultores mobilizados contra proibição

Os prejuízos são incalculáveis, pois os custos com o frete irão aumentar com a paralisação dos caminhões no porto”, diz o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja), Rui Otoni do Prado.

Reunião em Brasília - Na próxima segunda-feira, ele irá acompanhar o governador Blairo Maggi e outras lideranças produtoras em Brasília, quando ele espera tratar do assunto e cobrar uma providência da União. “Não podemos ficar com a produção parada no porto por causa de problemas criados pela decisão tomada por um Estado. O porto, apesar de estar situado no Paraná, é federal e não pode ser barrado por uma decisão interna.

É um grande contra senso, pois plantamos, colhemos, transportamos e no momento do embarque da produção somos proibidos de utilizar o porto”, argumenta. Prado estima que 80% da produção mato-grossense de transgênicos - calculada em 3,5 milhões de toneladas (t) - seja escoada via porto de Paranaguá. “O problema é que, além dos prejuízos, os produtores têm compromisso de entrega e a produção não pode ficar parada”.

Cooperativas – As cooperativas agrícolas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás estão pedindo a intervenção da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) junto à Presidência da República e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para liberar a exportação de produtos transgênicos por Paranaguá.

Na avaliação das cooperativas, a medida adotada pelo governo do Paraná transgride uma lei federal que permite o plantio e comercialização de soja transgênica em todo o País, lesando, assim, o direito dos demais estados, causando-lhes prejuízos irreparáveis. Tradicionalmente a via de escoamento da produção de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul é o porto paranaense e no frete de retorno é embarcado o fertilizante utilizado nas lavouras, um processo que se quebraria com a proibição em vigor atualmente.

A opção do Porto de Santos - “Sabemos que a pressão do escoamento da produção destes dois Estados juntos via Porto de Santos, em São Paulo, geraria um desastre logístico por falta de capacidade de embarque, além da desorganização de todo o sistema de logística já administrado por nossas cooperativas, produtores e demais empresas da região, com geração de custos insuportáveis para o setor”, alerta o presidente da OCB/MT, Onofre Cezário de Souza Filho, em ofício enviado ao presidente da OCB nacional, Márcio Lopes de Freitas, assinado pelos presidentes das OCEs de Mato Grosso do Sul e Goiás.

A previsão é que Mato Grosso produza este ano 17 milhões/t de soja, sendo 3,5 milhões/t de soja transgênica. Nesse volume está incluída a produção de 13 cooperativas agropecuárias registradas no Estado.

Audiência com Dilma Roussef - Em Mato Grosso do Sul a previsão de produção de soja transgênica é de 2,5 milhões/t e em Goiás, 2 milhões/t. “Nosso esforço não é só para as cooperativas, mas para todo setor produtivo do País”, frisa o superintendente da OCB/MT, Adair Mazzotti. Cezário disse que a OCB já solicitou audiência com a ministra Dilma Roussef (Casa Civil) e o presidente Lula.

O presidente da OCB/MT estará em Brasília na próxima quarta-feira para se reunir com a diretoria da entidade e participar de reuniões ministeriais destinadas a cobrar medidas que ponham fim à proibição do porto de Paranaguá (fonte: Diário de Cuiabá)


Fonte: Clube do Fazendeiro

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