15/9/2009
Exportações de couros movimentaram US$ 685,16 milhões até agosto

As exportações brasileiras de couros registraram US$ 685,16 milhões nos oito meses do ano, redução de 50%, em comparação ao mesmo período de 2008, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

O estudo tem base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A despeito das dificuldades enfrentadas no período, o balanço de agosto das vendas externas de peças em relação ao mês anterior aponta um crescimento de 4% na receita apurada, somando US$ 96,53 milhões.

“Embora a crise mundial continue impactando os embarques do couro brasileiro, outros fatores também afetam o setor”, explica o presidente do CICB, Luiz Bittencourt. Segundo ele, as altas taxas de juros, a excessiva burocracia, precariedade do sistema de infra-estrutura, e, principalmente, a falta de capital de giro restringem a atuação das empresas do setor.

O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil continua pleiteando a adoção de medidas de apoio e que amenizem as conseqüências da falta de demanda do couro brasileiro no exterior, como as que estão sendo implementadas para a indústria da carne.

“É imprescindível que o governo apóie a indústria do couro com medidas como a criação de linhas de créditos para capital de giro (Banco do Brasil e BNDES), adequação de prazos e encargos de ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio), além de agilização nos ressarcimentos de créditos de exportação e autorização da compensação automática de créditos fiscais”, salienta o presidente do CICB.

Segundo o executivo, um dos principais instrumentes para manter a competitividade do setor é o convênio que o CICB firmou com a ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, que vem reforçando a imagem e alavancando as vendas do couro brasileiro no mercado mundial.

Paraguai, Líbano e Guatemala aumentam as compras de couro

Até agosto, os principais destinos do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, ambos com US$ 256,17 milhões (37,4% de participação); Itália, com US$ 153,71 milhões (22,43% de participação); Estados Unidos, US$ 55,73 milhões (8,13%), Vietnã, com US$ 27,36 milhões (4%), México, US$ 24,11 milhões (3,52%) e Alemanha, com US$ 17 milhões (2,48%). No acumulado dos oito meses de 2009, o Paraguai aumentou suas compras (334%), somando US$ 1,51 milhão. Já o Líbano continuou sendo um dos mercados de maior crescimento (343%), adquirindo US$ 167,44 mil, seguido da Guatemala que aumentou 523%, totalizando US$ 42,98 mil.

Principais estados exportadores

O balanço dos embarques de couros dos estados brasileiros de janeiro a agosto de 2009, em relação ao acumulado do ano passado, revela que o Rio Grande do Sul segue na posição de maior exportador nacional (US$ 186,45 milhões, 27,21% de participação e redução de 49%), seguido por São Paulo (US$ 162,55 milhões, participação de 23,72% e queda de 63%), Ceará (US$ 72 milhões, 10,52% e recuo de 48%) e Paraná (US$ 55,6 milhões, 8,12%, e decréscimo de 19%).

Os demais estados são Bahia (US$ 51,9 milhões), Mato Grosso (US$ 43 milhões), Goiás (US$ 33,71 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 29,81 milhões) e Minas Gerais (US$ 24,66 milhões).

Couro movimenta PIB estimado em US$ 3,5 bilhões

O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é uma entidade federativa que representa, há 52 anos, cerca de 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões, exportou US$ 1,8 bi em 2008, contribuindo em 7% para o saldo da balança comercial brasileira. Já a cadeia produtiva do couro que abrange os setores de curtumes, calçados, componentes, máquinas e equipamentos para calçados e couros, artefatos e artigos de viagem em couro, reúne 10 mil indústrias, gera mais de 500 mil pessoas e movimenta receita superior a US$ 21 bilhões de dólares por ano


Fonte: Portal Cultivar

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