3/10/2005
Missão tenta levantar embargo da China à carne

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse na sexta-feira que enviará à China, no próximo dia 22, uma missão para negociar a eliminação de barreiras sanitárias às carnes brasileiras no mercado chinês. Rodrigues relatou que conversou com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, sobre o fracasso das negociações para um acordo de restrição voluntária de exportações chinesas para o Brasil.


Segundo Rodrigues, esse resultado negativo não deverá, entretanto, influenciar as negociações da missão que irá à China este mês, apesar de alguns gestos pouco receptivos dos chineses.
Recentemente, o governo chinês havia pedido para ele atrasar o envio dessa missão. Também rejeitou a proposta feita para que os dois países abrissem as importações de produtos originários de frigoríficos já certificados pela União Européia.


Rodrigues informou que na quinta-feira embarcou uma missão para a Rússia com a finalidade de discutir o fim de barreiras sanitárias às importações de carne bovina procedente do Brasil. Este é um dos acordos que se espera que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Vladimir Putin venham a assinar em outubro, durante a visita de Lula a Moscou.


O Ministério da Agricultura também está participando de negociações com os Estados Unidos com objetivo de conseguir o acesso da carne brasileira ao mercado norte-americano.


Produto chinês não deve ter salvaguarda


Apesar do fracasso das negociações entre a China e o Brasil, da pressão do setor privado nacional por algum tipo de proteção contra os produtos de Pequim e da futura publicação de decretos regulamentando as salvaguardas contra os chineses, o governo brasileiro teria garantido à China que não irá, por enquanto, sobretaxar as importações do país asiático.


"Entendemos que o governo brasileiro não colocará salvaguardas agora, embora saibamos que o Brasil está sendo pressionado por sua indústria", afirmou ao Estado Sun Zhenyu, embaixador da China na Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo ele, a informação teria sido passada por representantes de Brasília aos chineses após o fracasso das negociações entre o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, com as autoridades de Pequim na semana passada.


Fonte: Estado de Minas/Superávit e O Estado de São Paulo, adaptado por Equipe BeefPoint

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