27/8/2009
Álcool gel ganha novas versões no mercado para ganhar concorrência

Prevenir somente contra a gripe A já é coisa do passado; indústrias associam outros benefícios ao produto para chamar a atenção do consumidor
Grande parte da população intensificou o hábito de lavar as mãos devido à gripe A e, para garantir a proteção quando não é possível encontrar água corrente e sabão por perto, o álcool gel se tornou um forte aliado. A procura obsessiva pelo produto foi tanta que as indústrias de cosméticos não conseguiram acompanhar a demanda de farmácias e supermercados. Farmácias de manipulação que produziam o álcool gel em pequenas quantidades ou empresas de cosméticos que não possuíam o item à venda agilizaram o processo de fabricação para colocar o produto no mercado. Enquanto isso, empresas que já fabricavam o produto optaram por inovar para sair na frente das concorrentes.
É o caso da Omnes Parfums e Cosmetics, indústria de cosméticos catarinense. A empresa investiu na produção de um álcool gel diferenciado. "Utilizamos o álcool de cereais, mais leve, e adicionamos glicerina e essência, para garantir hidratação e retirar o odor forte do produto comum", explica o diretor da empresa, César Smielewski. O álcool gel 70% foi colocado no mercado em frascos de 40 ml, para bolsas, e de 1 litro, para utilizar como refil. A produção foi iniciada há 15 dias e 4 mil litros já foram comercializados. E a empresa planeja inovar novamente, colocando no mercado um álcool gel que previne o envelhecimento da pele.

A Omnes também fabrica um produto anticéptico e, nos últimos dias, precisou ampliar em 400% a produção. Lançada em 2006, a Espuma Cleaning tinha vendas consideradas medianas pelo diretor da empresa. "Foi um dos primeiros produtos que colocamos no mercado, mas nunca foi nosso carro-chefe", explica. Com a gripe A, o produto, que era vendido principalmente aos profissionais da área de saúde, ganhou o consumidor comum. "Tivemos uma mudança no perfil do comprador, a abrangência aumentou", conta Smielewski.

A rede de farmácias de manipulação Quintessência, com cinco filiais no Rio de Janeiro, registrou crescimento de 3% no faturamento médio mensal. “Antes do surto da gripe A produzíamos de 25 a 30 unidades de álcool gel por mês, e em agosto chegamos a vender cerca de 800 unidades do produto”, revela o diretor Justino Ferreira. Produtos homeopáticos específicos para prevenção de gripes e resfriados também são muito procurados, conta o diretor. Mas, apesar da intensa procura, Justino acredita que as vendas devam caiar pela metade a partir de setembro. “O hábito de comprar o álcool gel talvez perdure entre a população até final do ano, mas não com tanta obsessão como agora”, opina.


Fonte: Estado SP

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