21/8/2009
ExpoGenética: Mesa redonda discute alinhamento da cadeia produtiva da carne bovina no Brasil

No Brasil, quando o produtor vende um boi ao frigorífico ele é remunerado pela arroba, ou seja, pelo peso do animal. Mas poderia ser diferente, segundo o representante da Associação Brasileira dos Supermercados (ABRAS), José Milton Dallari, que participou da mesa redonda promovida pela ABCZ, durante a ExpoGenética 2009. O objetivo era discutir os entraves e soluções para a promoção da carne bovina brasileira nos mercados nacional e internacional. Segundo Dallari, a relação entre produtor e frigoríficos poderia ser diferente. "Ao valor do boi, poderia ser atrelado o valor de seus subprodutos. O produtor poderia ser pago pela qualidade do couro, por diversos outros itens que serão comercializados a partir do abate, tais como sebo, entre outros", sugeriu.
A idéia de Dallari surgiu após discussão que colocou na mesa o posicionamento de alguns produtores presentes ao evento. Para eles, o marketing australiano, demonstrado pelo gerente de Pecuária de Corte da MLA (Meat and Livestock Australia), Rodd Dyer, poderia ser seguido pelo Brasil, mas com investimentos a partir dos lucros obtidos pela indústria com a venda dos subprodutos.
Cristiano Botelho, gerente Comercial de Contratos do frigorífico Bertin, demonstrou a preocupação da empresa em sintonizar o fornecimento de matéria-prima pelos produtores com as exigências do mercado. Nesse contexto, lembrou do programa GP$, criado pelo Bertin. "É uma forma de orientarmos os criadores por meio de contato e visita a clientes, além da realização de eventos e visitas técnicas a parceiros, acompanhamento de certificação e abate, bem estar animal, entre outras questões", revelou.
Para a Gerente Técnica da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Priscila Silva Souza, a aproximação dos elos da cadeia produtiva é fundamental para que o Brasil possa ser mais competitivo, principalmente no mercado internacional. Tal posicionamento também foi defendido por Eduardo Soares de Camargo, que representou a Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG), pelo presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos, Péricles Pessoa Salazar, e pelo superintendente Técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, Luiz Antonio Josahkian.
Rodd Dyer, da MLA, ainda reforçou a importância do diálogo de todos os setores da cadeia produtiva. "Sempre nos lembramos de uma frase que colocamos no escritório: ‘Lembre-se sempre de onde vem esse dinheiro'. Sabemos o quanto é difícil investir financeiramente, principalmente se os recursos são pequenos, mas é necessário para que se possa atingir um objetivo", afirma. Dyer ressaltou, durante a mesa redonda, que na Austrália os produtores, o governo e a indústria mantém o investimento em marketing e na promoção de pesquisas que auxiliam no aumento da produtividade.


Fonte: Portal ABCZ

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