13/8/2009
Governo negocia com UE aumento das exportações de carne bovina pela Cota Hilton

Brasil não consegue atender exigências e preencher quantidade acordada.

O governo brasileiro negocia com a União Europeia o aumento do volume de carne bovina a ser exportada dentro da Cota Hilton. Os frigoríficos brasileiros que vendem por esse mecanismo pagam menos impostos. Apesar do atrativo, há dois anos, o Brasil não consegue atender às exigências do cliente e preencher a quantidade acordada com os europeus.

De 1º de julho do ano passado a 31 de junho deste ano, o Brasil teve o direito de exportar para a União Europeia cinco mil toneladas por meio da Cota Hilton, mas conseguiu atingir apenas 25% desse volume. Foi o segundo ano consecutivo de vendas frustradas. Para o próximo ano fiscal 2009/2010, que começou em julho, a cota a que o país terá direito foi dobrada para 10 mil toneladas. Apesar disso, os frigoríficos acreditam que só vai ser possível cumprir com 60% da quantidade prevista.

Os embarques ao bloco econômico foram prejudicados pelo embargo à carne bovina brasileira imposto pela União Européia, em 2008, depois da constatação de falhas no sistema de rastreamento do rebanho nacional. Neste ano, o Brasil voltou a habilitar propriedades a exportar para a Europa, mas o processo é gradual e o país ainda não possui volume suficiente de carne que pode ser vendida de acordo com as exigências europeias.

– O produtor não consegue preencher a especificação porque os animais têm que ter a propriedade rural reconhecida, registrada no Sisbov. E o produtor não consegue cumprir esse requerimento – explica o consultor em agronegócio Ênio Marques.

Apesar das dificuldades, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirma que a Cota Hilton vale à pena. A carne bovina exportada pela cota tem imposto de 20%, enquanto a carne vendida fora da cota paga até 150% em imposto.

Animais em confinamento

Outra possibilidade de mercado se vislumbra para o Brasil. A União Europeia autorizou os importadores a adquirirem 20 mil toneladas de carne de animais criados em confinamento.

– Acredito que, por ser uma especificação diferente e o tipo de unidade não ser estabelecimento rural e sim uma empresa de confinamento, o Brasil conseguirá uma participação bastante expressiva porque nossos custos são menores que os custos da Argentina, dos Estados Unidos, da Austrália, enfim, dos outros países candidatos – afirma Marques.


Fonte: Canal Rural

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