12/3/2006
Selo de qualidade expande exportações de frutas


Atendendo às demandas do mercado internacional, que sinaliza para a valorização do aspecto qualitativo e do respeito ao meio ambiente de qualquer produto, o SAPI vem se transformando no grande fiador dos produtores brasileiros na oferta de um alimento seguro, produzido sobre normas ambientais, econômicas e sociais. A Comunidade Européia é a principal importadora das frutas frescas brasileiras, em torno de 85% do total exportado. E o sistema brasileiro já está despertando o interesse do mercado externo, segundo revela o coordenador de Produção Integrada da Cadeia Agrícola do MAPA, Adilson Kososki. Para ele a inserção desse sistema em toda a cadeia agrícola é inevitável. “Não tem retorno mais, porque os hábitos alimentares em todo o mundo mudaram. As exigências por qualidade e por sustentabilidade dos produtos são uma tônica, e uma exigência de mercado hoje”, avalia.

Instituído há quatro anos, o Programa de Produção Integrada de Frutas –PIF- consiste num sistema de produção orientada e de livre adesão por parte dos produtores e empacotadores. Em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –CNPq- o programa conta com o envolvimento de 20 universidades, 7 instituições de pesquisa e assistência técnica e 9 centros de pesquisa da Embrapa, em 16 Estados, num total de 500 instituições públicas e privadas envolvidas com o PIF. 17 espécies de frutas –maçã, uva, manga, mamão, citros, caju, coco, banana, melão, pêssego/nectarina, goiaba, caqui, maracujá, figo, abacaxi, mangaba e morango.

Os princípios básicos do PIF estão amparados basicamente na elaboração e desenvolvimento de normas e orientações de comum acordo entre os agentes da pesquisa, ensino e desenvolvimento; extensão rural e assistência técnica; associações de produtores; cadeia produtiva específica; empresários rurais, produtores, técnicos e outros, por meio multidisciplinar. Pelo sistema, garante-se que a fruta foi produzida seguindo o roteiro de um sistema adequado. O resultado é um produto garantido em toda sua cadeia, da fazenda à mesa do consumidor.

O modelo, que garante a inovação e a competitividade à fruticultura brasileira, atende às exigências dos mercados importadores, principalmente da Comunidade Européia, rigorosa em requisitos de qualidade e sustentabilidade, com ênfase na proteção ao meio ambiente, segurança alimentar, condições de trabalho, saúde humana e viabilidade econômica

O sistema integrado de produção gera uma relação de confiança no consumidor que tem a garantia que o produto que está adquirindo foi produzido segundo rígidas normas técnicas definidas pelo Ministério da Agricultura, que garantem a utilização de práticas modernas da produção, armazenagem, embalagem e comercialização.

A implantação do PIF tem apresentado um rosário de destaques: aumento do emprego e renda no setor; queda de 40% no uso de fertilizantes e 25% de inseticidas na produção de maçã, com amplo reflexo no custo de produção. Todos os resultados apontam para uma queda vertiginosa no uso de resíduos químicos, com a conseqüente melhoria na qualidade do produto ofertado no mercado e na saúde do trabalhador rural. Uma realidade muito próxima, sobretudo dos pequenos produtores, maioria no sistema da Produção Integrada de Frutas (PIF), segundo o coordenador Adilson Kososki. “Esse não é um sistema seletivo, de exclusão. A maioria dos que aderiram à PIF é de pequenos produtores, que já estão exportando frutas para a Europa. Temos ótimos exemplos no Vale do São Francisco. Não deixamos apenas os grandes produtores adotarem esse sistema”, destaca.

A comercialização da maçã com selo PIF foi iniciada há três anos, tanto para o mercado interno como para exportação. O sistema é plenamente monitorado, desde o plantio até a comercialização e oferece um prêmio de dois dólares por caixa de 18 quilos exportada. Em 2004, as exportações de maçã cresceram 100%.

Os selos de conformidade, contendo códigos numéricos, além de atestarem o produto originário de PIF às embalagens, possibilitam a toda a cadeia consumidora obter informações sobre a procedência do produto e os procedimentos técnicos operacionais adotados, dando total transparência ao sistema e confiabilidade ao consumidor.

Conferência Internacional - As diretrizes adotadas na Produção Integrada de Frutas já inspiram projetos semelhantes envolvendo produtos de outros setores da cadeia produtiva como Horticultura, Grãos e Oleaginosas, Flores e Plantas Ornamentais. O festejado modelo da PIF e os primeiros resultados desde a implantação do sistema em 2002 no País vão ser apresentados durante a II Conferência Internacional sobre Rastreabilidade de Produtos Agropecuários que acontece em Brasília de 10 a 12 de abril. Durante o evento, especialistas de vários países planejam trocar experiências sobre a segurança dos alimentos. (fonte: MAPA - Imprensa)


Fonte: Clube do Fazendeiro

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