5/8/2009
Carnes: Congresso de boi de capim discute formas de adequação ao mercado.

Rastreabilidade, certificação, saúde animal e boas práticas
agropecuárias deram o tom do segundo dia de discussões do 4o Congresso
Internacional do Boi de Capim, realizado no Bahia Othon Palace, em Salvador
(BA).
O primeiro palestrante do dia, Ezequiel Rodrigues do Valle, engenheiro
agrônomo e coordenador do Programa Boas Práticas Agropecuárias da Embrapa Gado
de Corte, trouxe aos participantes detalhes do projeto BPA Brazilian Gap, criado
pela Embrapa Gado de Corte e pela Câmara Setorial Estadual da Bovinocultura de
Corte do Mato Grosso do Sul, e que tem o intuito levar aos produtores ações de
desenvolvimento buscando atender o mercado consumidor.
"Buscamos o fortalecimento do setor produtivo e a adequação da cadeia
produtiva ao mercado consumidor", explica. Segundo ele, o protocolo traz
benefícios como redução de perdas e riscos, melhoria na qualidade da carcaça e
do couro, acessos a mercados diferenciados e articulação de alianças
mercadológicas. "O projeto é de adesão voluntária e traz rentabilidade ao
produtor, tendo a possibilidade atingir novos e exigentes mercados",
enfatizou.
Na sequência, René Dubois, consultor do Ministério do Desenvolvimento
Agrário, apresentou um histórico da rastreabilidade no mundo e valorizou o
potencial produtivo do Brasil, evidenciando a necessidade dos produtores se
preocuparem com sanidade, assegurando ao consumidor a garantia de um produto de
qualidade e com uma segurança cada vez maior. "A rastreabilidade representa um
importante fator de melhoramento organizacional da pecuária, atendendo as novas
demandas do mercado nacional e internacional", enfatizou.
Quem complementou a palestra de Dubois, foi o coordenador do Programa de
Pós Graduação em Ciências Animais da Universidade de Brasília, Cristiano Barros
de Melo, que apresentou todas as exigências necessárias para realizar a
certificação. Além disso, ressaltou a importância de ter uma propriedade
certificada. "Infelizmente, o Estado da Bahia possui apenas duas fazendas
certificadas. É necessário intensificarmos o trabalho e implantar essa filosofia
ao produtor".
No período da tarde, a sanidade animal foi o centro das discussões com as
palestras de Sebastião Guedes, presidente do Conselho Nacional da Pecuária de
Corte, de Salete Denzen Vieira e de Josélio Moura. Guedes abordou a questão da
febre aftosa na América Latina e o constante trabalho do Brasil para tornar-se
totalmente livre da doença. "Acredito que se ajudarmos os países vizinhos nesta
luta teremos um ambiente favorável para o crescimento e maior desenvolvimento
da pecuária", citou.
As atividades do segundo dia de Congresso foram encerradas pelo Professor
da Unicamp, Pedro Eduardo de Felício, que apresentou uma visão de mercado para a
carne bovina e mostrou o trabalho desenvolvido em outros países, trazendo
soluções a alternativas para o setor no Brasil. Também foi apresentado um painel
sobre cortes de carnes.

Desafios para a exportação de carne e a Carta de Salvador

O último dia do 4o Congresso Internacional do Boi de Capim será marcado por
um grande debate entre o secretário de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária
da Bahia, Roberto Muniz, o secretário de Indústria, Comércio e Mineração da
Bahia, Rafael Amoedo e grandes pecuaristas da região. O tema abordado na
discussão, mediada pelo presidente da Associação Baiana dos Expositores
(Abexpo), Jaime Fernandes Filho, será os desafios para a exportação de carne.
No final do dia será elaborada a Carta de Salvador que trará propostas e
medidas visando melhorar o desempenho econômico da atividade pecuária e será
entregue às autoridades governamentais brasileiras e do Estado da Bahia de algum
modo envolvidas com o Agronegócio da Carne. Com informações da assessoria de
imprensa do evento. (AB)




Fonte: Fonte:Safras

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