31/7/2009
Promotor não crê na volta do embarque de boi vivo

O promotor público estadual do meio ambiente, Benedito Wilson, autor da ação que proibiu o embarque de gado vivo no porto de Belém, em decorrência do mal cheiro provocado pelos dejetos dos animais, disse ontem que não alimenta ilusões de que a Associação Brasileira dos Exportadores de Gado (Abeg) possa ter encontrado solução para o problema a ponto de querer retomar os embarques a partir da capital paraense.

Hoje, o gado vivo exportado para a Venezuela, Líbano e Egito, é embarcado no porto de Vila do Conde, em Barcarena, a 50 quilômetros de Belém. Mas o porto de Vila do Conde está às vésperas de entrar em obras de manutenção e ampliação e as suas atividades serão inevitavelmente prejudicadas durante mais ou menos um ano e oito meses. A Abeg pretende apresentar uma proposta ao Ministério Público Estadual, para que o embarque dos animais se dê novamente pelo porto de Belém.

A Aberg diz que já adotou providências para eliminar cerca de 90% do mau cheio provocado pelas fezes e urina dos bois. “Quero acreditar que esse filme já é conhecido da sociedade. São os mesmos argumentos da vez anterior. Mas vou esperar o expediente para ver se, de fato, eles (os exportadores) podem cumprir as normas existentes”, comentou Benedito Wilson.

A Abeg sustenta que, com o dólar abaixo de R$ 1,90, exportar dá prejuízo, e que com a paralisação de Conde a situação se agravará mais ainda, não só relativamente ao gado vivo mas a todo tipo de carga. “É preciso haver alternativas e nós estamos buscando isso. Esperamos que o promotor Benedito Wilson seja nosso parceiro na solução desse problema e ajude-nos a manter o atual PIB (Produto Interno Bruto) do Pará”, disse um assessor do presidente da Abeg, Daniel Freire. “Por mim, até proibia a exportação de gado em pé”, diz o promotor, que classificou, em sua ação, a atividade como poluidora do meio ambiente.


Fonte: Portal Noticias Agricolas

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