15/7/2009
Plano do Independência prioriza pagamento de 25% da dívida

Os 75% restantes da dívida só devem ser pagos em caso de venda da companhia, conforme sugere o comunicado da empresa
O frigorífico Independência informou ontem (terça-feira, 14), por meio de comunicado ao mercado, que apresentou à Justiça de Cajamar-SP o seu plano de recuperação judicial. O plano, que vem sendo discutido com os principais credores desde o início da recuperação judicial, em fevereiro, prevê uma reestruturação societária, com incorporação de subsidiárias e possível criação de uma nova companhia, denominada Nova Independência S.A.

Segundo a proposta, os ativos operacionais do Independência seriam transferidos para essa nova companhia, assim como dívidas no valor de R$ 1,1 bilhão, aproximadamente um terço da dívida total da empresa.

Nesse montante, está incluída a totalidade dos débitos pendentes com pecuaristas e fornecedores, 100% da dívida oriunda de credores de ACCs (Adiantamentos de Contratos de Câmbio), o total da dívida dos credores com garantia real e cerca de 25% da dívida financeira quirográfica. O Independência deterá 66% do capital da Nova Independência e o restante ficará com os sócios controladores e a BNDESPar - o comunicado da empresa não detalha qual será a fatia de cada um na nova companhia.

O restante da dívida, aproximadamente R$ 2 bilhões, "será convertido em dívida subordinada perpétua, a ser paga somente em caso de um evento de liquidez, definido basicamente como a alienação do controle da Nova Independência ou do próprio Independência". Ou seja, 75% da dívida do Independência só deve ser paga em caso de venda da companhia, conforme sugere o comunicado da empresa, que detalha o fluxo de pagamentos àqueles que aderirem o plano de recuperação em sua proposta. Os credores trabalhistas terão prioridade no recebimento.

O plano prevê ainda obtenção de um novo financiamento no valor de R$ 330 milhões, com o objetivo de tornar viável o pagamento aos pecuaristas, fornecedores e créditos de ACCs, além de reforçar o capital de giro da Nova Independência.

Foi proposta ainda a reformulação da estrutura de governança corporativa do frigorífico, com a instalação de um conselho de administração formado por sete membros, sendo dois da família Russo, dois profissionais de mercado indicados pela família, dois membros independentes indicados pelos credores financeiros e um pela BNDESPar.

Até o início da crise, o Independência era o quarto maior frigorífico do Brasil, com capacidade de abate de 10 mil cabeças e produção do mesmo volume de peles por dia, além de ser uma das maiores operadoras de logística refrigerada do País.


Fonte: Portal Campo News

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